quinta-feira, 6 de maio de 2021

'CHACINA DO JACAREZINHO: ABAIXO O TERRORISMO DE ESTAD0...'

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Vigário Geral, 1993: 21 mortos; Complexo do Alemão (2017): 19 mortos. E hoje o ranking macabro do Rio de Janeiro passa a ser liderado pelo massacre da Favela do Jacarezinho, com 25 mortos. Em pleno curso da pandemia do coronavírus e à revelia da vedação do Supremo Tribunal Federal a investidas policiais em áreas faveladas.
Enquanto este Blog segue acompanhando a oitiva do ministro da Saúde pela CPI da Pandemia, permitimo-nos transcrever o desabafo de Juca Simonard (jornalista, tradutor, professor de francês e militante da causa operária), indignado em face da vergonhosa chacina perpetrada nesta data. 


No 247
A polícia do Rio de Janeiro promoveu nesta quinta-feira, 6, mais um ato terrorista contra a população pobre e negra da cidade. Descumprindo medida do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Civil carioca foi à favela do Jacarezinho e assassinou, pelo menos, 24 pessoas.

Como revelou o advogado Joel Luiz Costa, nas redes sociais, foi uma operação de “execução”. “Entramos em cinco ou seis casas, todas com a mesma dinâmica. Um menino morreu sentado numa cadeira. Ninguém troca tiro sentado numa cadeira, isso é execução”, afirmou. 

“Pessoas que estavam indo trabalhar foram baleadas dentro do trem”, denunciou a deputada Sâmia Bomfim (PSOL).

No Brasil, as chacinas promovidas pela polícia já se tornaram corriqueiras e mostram o verdadeiro regime de repressão que existe contra os trabalhadores. Tão comum que é, viraram tema de diversas canções da música popular, sendo representadas em boa parte das composições do Rap nacional, que retrata a situação criada pelo neoliberalismo, mas também por músicas mais antigas, como “Acender as Velas”, do sambista Zé Kéti.

(Clique Aqui para conferir o lamento do grande Zé Kéti)

Como disse o compositor, “acender as velas já é profissão” e “a gente morre sem querer morrer”, mostrando que o clima policialesco e ditatorial nos bairros pobres das grandes cidades brasileiras não é algo novo. Com razão, o rapper Eduardo Taddeo, ex-Facção Central, denunciou diversas vezes a “guerra civil brasileira”.

Longe de estar concentrada nas cidades brasileiras, esta guerra civil se estende ao longo de todo o território nacional e é ainda mais brutal no campo. Com o golpe de Estado de 2016 e o governo do fascista Jair Bolsonaro, a repressão capitalista contra a população, seja através da polícia, ou através de jagunços e seguranças de mercados, aumentou.

Cada semana que passa, aparece a notícia de mais uma morte de um militante sem-terra, de agressões de seguranças privados contra pessoas que, desesperadas pela crise econômica, roubaram (ou foram acusadas) um alimento no mercado, e assim por diante.

Isso precisa acabar. A esquerda precisa ter uma política para enfrentar a violência fascista e terrorista do Estado capitalista. Primeiro de tudo, unificando esta política à luta geral contra o golpe, pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” - o que inclui a direita supostamente democrática, como João Doria, Rodrigo Maia, Eduardo Paes e Renan Calheiros.  -  (Aqui).

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