sexta-feira, 28 de maio de 2021

O QUE VAI PELA CPI DA PANDEMIA

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Não se pense que o meio ambiente, os números e perspectivas da Economia e outros temas não estejam reclamando a atenção deste Blog. Estão sim. Ocorre que tragédia avassaladora como a motivada pela pandemia de coronavírus nunca se viu na história deste País, cujo 'passivo' se aproxima de 460 mil mortos pelo vírus, marca vergonhosa em cuja origem repousa a palavra fatal: desídia. Está mais do que evidenciado, portanto, que a tragédia citada se impõe como foco permanente.

A (oportuna) CPI da Pandemia em curso se vê às voltas com cerca de 500 documentos por ela requisitados de órgãos diversos, e para realizar a análise de tais documentos a Comissão teria recorrido ao auxílio adicional da Polícia Federal - já se tendo notícias sobre o temor de 'represálias' por parte de alguns delegados, originárias do Planalto.

Muito está por vir. Enquanto isso, governadores (nove foram convocados, mas ao menos 19 seriam os que pretendem agir) anunciam o ingresso no Supremo com ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - além de pleitearem mandado de segurança com vistas em não serem convocados pela CPI, uma vez que o exame de suas ações compete às respectivas assembleias legislativas. A ver.

Como já dito, muito está por vir. Vejamos a seguir o relato do analista Fernando Brito, titular do 'Tijolaço' (Aqui), sobre o que ontem, 27, se viu na sessão da CPI:


Butantan Ofereceu Vacina Desde Julho e Governo Não Quis

Com ofícios nas mãos, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, comprovou que o Ministério da Saúde recebeu ofertas – tal como ocorreu no caso da Pfizer – milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para serem aplicadas ainda em dezembro de 2020.

E que, também como aconteceu com a Pfizer, não houve nenhuma resposta do governo federal.

Covas garantiu que, se tivesse havido interesse e suporte financeiro para a concretização dos acordos com a Sinovac, teríamos 60 milhões de doses até dezembro e cerca de 100 milhões de doses entregues até agora.

Pior: que se poderia (obter), com a adaptação de uma fábrica inativa do Butantan, uma produção em escala muito maior de imunizantes. A fábrica está sendo feita, apenas, com recursos doados por empresas e investidos pelo Governo de São Paulo. 

Ainda não se entrou na questão do retardo na apresentação/aprovação à Anvisa do processo de concessão de registro emergencial à Coronavac e sua relação com as pressões para que Dória concordasse em entregar toda a produção ao Governo Federal, sem desenvolver um programa próprio de imunização.

Para quem quiser uma pista sobre isso, basta ver a quantidade de doses contratadas inicialmente pelo Butantan à Sinovac: 46 milhões de doses, o mesmo número dos habitantes de São Paulo. Portanto, o suficiente para dar a primeira dose a todos os paulistas.  

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