Foram mais de sete meses de viagem e centenas de milhões de quilómetros de viagem, a primeira missão a chegar a Marte é a dos Emirados Árabes Unidos, que tem data prevista para a órbita do planeta vermelho a próxima terça feira, dia 10 de fevereiro. Menos de 24 horas depois será a vez da sonda chinesa e na semana seguinte, a 18 de fevereiro, junta-se a este novo grupo de exploradores o rover da NASA.
Tudo indica que as três missões possam ser bem sucedidas pelo menos até agora, depois de uma verdadeira “corrida a Marte” que teve início em julho do ano passado, quando as agências espaciais dos três países aproveitaram uma janela de lançamento Terra-Marte que ocorre apenas a cada dois anos, motivo pelo qual as respectivas chegadas são próximas.
Atualmente, seis naves espaciais estão a operar na órbita de Marte: três dos EUA, duas da Europa e uma da Índia. Os Emirados Árabes Unidos esperam conseguir ser a sétima com a ‘Amal’, cuja chegada a Marte coincide com o 50º aniversário da fundação do país.
Duas estreias de potenciais novos “descobridores”
A sonda dos Emirados Árabes Unidos recebeu o nome de ‘Amal’ (Esperança em árabe) e foi lançada do Japão, à boleia de um foguetão Mitsubishi H-2A. Vai fixar-se numa órbita especialmente alta – entre 22.000 quilómetros e 44.000 quilómetros – para melhor monitorizar o clima marciano.
A sonda não irá aterrar no planeta vermelho, mas ficará na sua órbita durante todo um ano marciano, o que corresponde a 687 dias. O objetivo da missão é obter mais informações sobre a dinâmica do sistema de meteorologia do planeta vermelho, antecipando-se às missões tripuladas que estão planeadas para os próximos anos. Esta missão tem um orçamento de 200 milhões de dólares.
O país está a estrear-se em missões a Marte mas a China já é repetente, embora a primeira tentativa, feita em 2011 em parceria com a Rússia, tivesse falhado logo à partida.
A missão chinesa tem o nome de Tianwen-1 o que pode ser traduzido por ‘Busca pela Verdade Celestial’, e vai permanecer em órbita até maio. Nessa altura o ‘rover’ vai separar-se da sonda e descer à superfície de Marte. Se tudo decorrer dentro da normalidade será o segundo país a pousar com sucesso no planeta vermelho.
Entre os objetivos da missão está a exploração do solo marciano, procurando perceber a distribuição de água gelada do planeta e a composição da sua superfície, assim como do seu clima e atmosfera. Em destaque está também a procura por sinais de vida antiga no planeta.
Quando aterrar em Marte, depois de uma viagem de cerca de sete meses, a Tianwen-1 terá uma autonomia de 90 dias marcianos, o que equivale a cerca de 169 dias terrestres.
Perseverance com nova missão
O ‘rover’ americano ‘Perseverance’ deverá chegar à órbita de Marte a 18 de fevereiro e vai mergulhar imediatamente para o solo marciano, à semelhança do que já aconteceu em 2012 com o ‘Curiosity’
Enquanto esteve a ser preparado para as exigências da missão todo o terreno que o espera a partir de 18 de fevereiro próximo, o Perseverance ganhou pernas e rodas, um braço e até um helicóptero. Também teve de “treinar alguns “moves”, de passar em testes de condução e, mais recentemente, de aprender a manter o equilíbrio.
Nestes e em vários outros instrumentos e tecnologias assentam as capacidades que vão permitir ao veículo da NASA cumprir o seu principal objetivo de procurar por sinais de vida no planeta vermelho, mas também de realizar experiências que irão contribuir para criar as fundações das futuras viagens espaciais com humanos, a Marte e a outros corpos celestes.
No conjunto de diversos recursos há lugar para um scanner de ambientes habitáveis, ferramenta que faz a análise da composição química de corpos rochosos ou o mapeamento contextual da geologia e do clima do planeta vermelho, tentando perceber a evolução dos mesmos e até mesmo para uma unidade que será capaz de produzir oxigénio a partir da atmosfera de dióxido de carbono de Marte.
A NASA é a agência com mais experiência na exploração de Marte e até agora teve sucesso em oito das nove tentativas de “amarragem” no Planeta Vermelho.
A missão ‘Perseverance’ é a primeira etapa da parceria EUA-Europa para trazer amostras de Marte para a Terra na próxima década. “Dizer que estamos animados com isso, bem, isso seria um grande eufemismo”, disse Lori Glaze, diretora de ciência planetária da NASA.
O objetivo do ‘Perseverance’ é chegar ao delta de um antigo rio por parecer um local lógico para ter abrigado vida. Esta zona de pouso na cratera de Jezero é tão difícil que a NASA já a rejeitou quando do ‘Curiosity’. Contudo os cientistas estão ansiosos por colherem as rochas desse local.
“Quando os cientistas observam um local como a cratera de Jezero, eles veem uma promessa, certo? Mas quando eu olho para Jezero, vejo perigo. Há perigo em toda parte”, disse Al Chen, que está encarregado da equipa de entrada, descida e pouso no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia.
Os penhascos íngremes, poços profundos e montanhas podem prejudicar ou condenar a ação do ‘Perseverance’, após a descida pela atmosférica, que está prevista para durar sete minutos.
Devido aos atrasos de comunicação, o ‘rover’ estará por conta própria, e não poderá contar com o apoio dos controladores de voo.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
SOBRE A CORRIDA PARA MARTE (COM FOCO NA 'PERSEVERANCE')
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A sonda da Nasa para Marte, a Perseverance, pousou no final da tarde de ontem no planeta.
Eis a primeira imagem produzida:
Ocorre-nos oferecer uma visão abrangente sobre a 'corrida espacial' que ora se desenvolve, e nesse sentido elegemos o texto a seguir, pinçado do site 'ETs&ETc' (Aqui) e escrito antes do pouso da Perseverance:
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