O enorme poder da música, que o Brasil despreza
Por Carlos Motta
Descobri por acaso, no Youtube, uns vídeos do 8º Festival Choro Jazz, realizado, acho, em dezembro, na famosa Jericoacoara, no Ceará.
É uma coisa de louco!
Que músicos maravilhosos existem no Brasil!
Um evento como esse - e sei que há muitos mais pelo país afora, no ano todo - deveria encher de vergonha as nossas "autoridades", que não têm a menor noção do potencial da música brasileira como produto de exportação, ou melhor, como uma das armas mais poderosas do "soft power", esse instrumento de dominação cultural que os americanos dominam tão bem.
Os americano são mestres no cinema, dominam completamente a indústria cinematográfica, além de também serem bambas na música popular.
Rússia e França deram ao mundo gênios da literatura.
A Itália revelou mestres eternos da pintura.
Na música erudita, os alemães nos brindaram simplesmente com Beethoven, Brahms e Bach.
E por aí vai.
No Brasil, me perdoem os grandes escritores e pintores, como Machado de Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Cândido Portinari, Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, entre outros, mas somos bons mesmo é na música.
O país respira música, vive música, amanhece cantando, adormece batucando.
Se Pelé, e mais recentemente, Lula, são as personalidades brasileiras mais conhecidas no mundo, a bossa nova é um dos gêneros musicais mais tocados no planeta.
E o chorinho, estudado e cultuado em diversos países europeus e nos Estados Unidos, que sobrevive sem nenhum incentivo oficial em todas as regiões brasileiras - que fenômeno é esse?
Sobre o samba, então, o que dizer - que ele é um dos maiores elementos unificadores da nossa cultura?
O Brasil é tão rico musicalmente que se dá ao luxo de abrigar ainda dezenas de outros ritmos regionais, que compõem um extraordinário caleidoscópio artístico.
Os Estados Unidos se tornaram a maior potência mundial não só pela exuberância de sua indústria e de seu poder militar, mas também por exportarem, continuamente, há décadas, os produtos de sua "indústria cultural", praticamente impondo, ao resto do mundo, seus padrões artísticos.
Mais que todos os outros povos, os americanos entenderam o extraordinário alcance e eficácia do "soft power".
Já os brasileiros parece que nunca fizeram o menor esforço nesse sentido.
O grande Carlos Lyra, autor de inúmeros clássicos da bossa nova, contou uma história no show que deu, ano passado, no Festival Etapa de Música de Arte, em Valinhos, interior paulista, que resume essa incompreensível apatia dos governantes e empresários brasileiros no que se refere ao aproveitamento da música popular como fonte geradora de riqueza e de desenvolvimento.
- Recebi certa vez um telefonema de um amigo, que mora em Nova York, que me informava que estava vindo para o Rio e me perguntava onde, na cidade, poderia ouvir bossa nova. "Em minha casa", respondi, já que no Rio, cidade símbolo da bossa nova, não existe uma só casa, um só bar, especializado em tocar esse tipo de música.
O Brasil, esse eterno gigante bobo...
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(Fonte: aqui).
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É sucesso estupendo. Ano passado, aconteceu em Fortaleza e (Jijoca de) Jericoacoara, em novembro/dezembro, e homenageou Hermeto Pascoal por seus 80 anos. Quanto ao (9º) Festival Choro Jazz 2017, não sabemos.
No Piauí, brilha o Festival de Música de Pedro II. E, numa outra ponta, igualmente importante, o Salão do Livro do Piauí - em Teresina -, que já tem similares em municípios diversos.
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É sucesso estupendo. Ano passado, aconteceu em Fortaleza e (Jijoca de) Jericoacoara, em novembro/dezembro, e homenageou Hermeto Pascoal por seus 80 anos. Quanto ao (9º) Festival Choro Jazz 2017, não sabemos.
No Piauí, brilha o Festival de Música de Pedro II. E, numa outra ponta, igualmente importante, o Salão do Livro do Piauí - em Teresina -, que já tem similares em municípios diversos.
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