Mídia alemã: EUA se tornaram melhor lugar para esconder dinheiro
Do Sputnik News
Dois anos atrás, a Organização de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD na sigla em inglês) apresentou uma iniciativa que prevê a troca multilateral de informações sobre contas detidas por cidadãos no estrangeiro. Os EUA nunca aderiram à iniciativa.
Este fato torna-se mais interessante se se tomar em conta outro – que o estado americano do Nevada se tornou o lugar favorito para a manutenção de ativos duvidosos.
A respectiva ligação foi feita pelo jornal alemão Deutsche Welle em um dos seus últimos artigos.
"Quando pensamos sobre os lugares em que os ativos adquiridos não só por métodos legais mas também ilegais podem ser escondidos dos olhares curiosos das autoridades lembramo-nos da Suíça, Luxemburgo ou ilhas Cayman. Mesmo assim, de acordo com os Panama Papers, nenhum destes lugares fez parte do top-10 dos mais populares ‘paraísos fiscais’ no mundo – ao invés do estado americano do Nevada," diz-se no artigo.
Os especialistas entrevistados pela publicação alemã explicaram como e quando os Estados Unidos se tornaram um país atraente para tais atividades ilícitas.
Primeiramente cabe lembrar que, em 2010, Washington aceitou a Lei de Conformidade Tributária de Contas Estrangeiras (FATCA na sigla em inglês) que obriga as organizações financeiras estrangeiras a informar os serviços fiscais americanos sobre os donos de ativos que são cidadãos dos EUA.
Ao mesmo tempo, Washington não tem pressa em apresentar a mesma informação sobre os estrangeiros que têm ativos nos EUA. A Deutsche Welle classificou este fato como “surpreendente”.
Nesta conexão, cabe lembrar que a iniciativa da OSCD foi apoiada por quase todos os paraísos fiscais tradicionais, mas não pelos Estados Unidos. Segundo vários especialistas, este fato torna a posição dos EUA bastante frágil como país em cujo território é bastante vantajoso esconder ativos.
A publicação alemã acontece (no momento) em que surgiu o escândalo ligado aos chamados Panama Papers, que alegadamente revelam ligações entre empresas offshore e vários líderes mundiais. (Aqui).................
Trecho do post "A dança dos vazamentos limitados do Panama Papers", de Pepe Escobar, reproduzido neste blog - AQUI -:
"Para estrangeiros que sabem das coisas, basta voltar a três meses passados, ao artigo de Andrew Penney, diretor-gerente de Rothschild & Co, em Bloomberg, onde tudo está dito, com todas as letras: 'o maior paraíso fiscal do planeta é hoje os EUA.'"
Surpreendente.
Nos anos 70, alguém do movimento de Contracultura (Marshall McLuhan?) cunhou a máxima "Informação é Poder". Diante do acima exposto, a falta de informação também.
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