domingo, 24 de abril de 2016

A REPÚBLICA DAS BANANAS


"A oligarquia política e empresarial ferida pela Operação Lava Jato precisa que o Brasil seja uma república de bananas. Só numa república de bananas o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff poderia ser conduzido por Eduardo Cunha, réu em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, e isso numa sessão em que algumas dezenas de marmanjos comportaram-se como saltimbancos.
O cidadão é obrigado a viver em duas realidades. Vai para a rua pedir a saída de Dilma Rousseff e descobre que marchou com um cordão que blinda Eduardo Cunha. (...).



(De Elio Gaspari, jornalista, em sua coluna desta data no jornal Folha de S. Paulo - citada aqui.
Gaspari poderia ter aproveitado a oportunidade para dizer que o fato de as pessoas irem para a rua pedir a saída de Dilma Rousseff não tem o condão de autorizar impeachment, visto que o Brasil não vive sob regime parlamentarista. 
O jornalista esqueceu igualmente de aludir ao boicote radical com que a Câmara dos deputados e grupos midiáticos vêm há tempos 'brindando' o governo federal, cujos projetos/planos são sistematicamente encalhados - daí resultando mais recessão e desemprego -, o que prepara o terreno para, caso o golpe triunfe, a futura imposição da TERCEIRIZAÇÃO da mão de obra, o sucateamento dos direitos e garantias trabalhistas e a desmoralização da CLT, além da extinção de programas sociais, do comprometimento das reservas internacionais - 'colchão' cujo saldo gira em torno de R$ 700 BILHÕES - e da entrega do patrimônio nacional aos interesses estrangeiros. 
Poderia também o articulista denunciar o fato de a imprensa, Globo à frente, vir sonegando ao público a distinção entre RITO PROCESSUAL e EXAME DO MÉRITO do impeachment, induzindo-o falsamente a acreditar que quando os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello afirmam que O RITO PROCESSUAL do impeachment é constitucional estão a dizer que o STF desde logo considera constitucional o impeachment contra Dilma Rousseff - ou seja: como se o MÉRITO entrasse de cambulhada na história. Aliás, para arrematar, Gaspari poderia lembrar que as tais PEDALADAS FISCAIS de 2015, "base" do impeachment, além de não configurarem crime de responsabilidade, nem sequer foram julgadas, até o momento, pelo Tribunal de Contas da União, detalhezinho que os virtuosos espertalhões vêm escondendo desde o início...).

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