terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
BRASIL BEM ENTRE BRICS
É fato que as agências de risco em geral andam com a imagem capenga, isso desde a eclosão da crise financeira mundial de 2008, quando se constatou que as leituras feitas por elas no passado estavam para lá de furadas. Não obstante, algo é certo: nenhum país se sente confortável ao deparar com rebaixamento de notas ou 'ameaças' em tal sentido emanadas de tais instâncias. E as razões são óbvias.
Feita a observação, vamos à matéria de autoria de Mariana Schreiber, da Folha de São Paulo, com cometários entre colchetes feitos pelo blog democracia&política:
O Brasil é o país mais estável política e conomicamente entre os Brics, diz S&P
(...)
Essa é a conclusão de um estudo da agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) divulgado na última semana, que comparou o Brasil também [além dos BRICS] com Colômbia, México, Peru e Panamá.
Para o analista de crédito da agência Sebastian Briozzo, a grande vantagem do Brasil sobre esses demais países é a estabilidade e a transparência do seu sistema político.
Ele observa que o país passou em 2003 de um governo de “centro” (FHC) [ou melhor, de direita, neoliberal] para um de centro-esquerda (Lula) sem mudanças significativas na política macroeconômica [apesar da enorme melhoria na eficiência dessa política. Seria como dizer que o Barcelona joga com "as mesmas regras" de futebol que o Olaria, porém mais eficientemente].
"Se as instituições políticas são fortes, é mais difícil ter uma virada no modelo econômico", observa.
Segundo ele, a solidez e a prudência da política econômica fortalecem as contas externas [ou seja, atrai dólares para cá] e possibilitam a diversificação da economia.
"Isso reduz a dependência externa, sustenta o crescimento e dá flexibilidade para suportar riscos advindos da crise global", afirma.
Esses aspectos positivos, no entanto, não são suficientes para alavancar o crescimento. Comparado aos demais países analisados, o Brasil é que tem as menores taxas de expansão.
Segundo Briozzo, como a maioria desses países é mais pobre que o Brasil, principalmente do ponto de vista de renda per capita, é natural que eles tenham espaço para crescer mais rápido.
Mas o principal fator que limita o crescimento do país, diz, é o baixo volume de investimentos. Entre os países analisados, o Brasil tem a menor taxa de investimento.
Após reduzir os investimentos no ano passado, o governo promete elevar esses gastos neste ano. A promessa é pouco compatível com outro objetivo: economizar o equivalente a 3,1% do PIB para pagar juros da dívida. [Isso se deve, em grande parte, ao exponencial aumento da dívida pública ocorrido no governo FHC/PSDB/DEM, que elevou a dívida de 30% para acima de 51%. A tabela abaixo mostra esses percentuais até 2010. Em 2011 a relação caiu para 36,6%].
"O rigor fiscal é muito importante. O governo tem que aumentar os investimentos, mas controlar os outros gastos", afirma Briozzo.
Em novembro, a S&P elevou a nota de risco soberano do Brasil para BBB, indicando que o investimento no país ficou mais seguro.
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