quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PISO: CHARGE EQUIVOCADA


Por Sinfrônio.

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O equívoco: onde está o professor deveria estar um dos milhares de prefeitos que, por mais incrível que possa parecer, estão a se dizer impossibilitados de pagar esse 'absurdo' piso.

(O índice de correção de 22,22% aplicado sobre o piso anterior é providência positiva, mas as condições oferecidas aos professores estão ainda distantes do razoável).

PISO: CHARGE CORRETA E IRÔNICA


Por Mariano.

ILUSTRAÇÃO


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Informações adicionais no blog do Nilton. AQUI.

MUNDO DESIGUAL


A desigualdade no Brasil e no mundo

Emir Sader

(...)
A grande novidade no mundo é que a desigualdade diminuiu, graças sobretudo à sua diminuição em países como a China, a India e o Brasil, enquanto ela aumenta nos países do centro do capitalismo. A China e a India abrigam a metade dos pobres do mundo, então os efeitos da diminuição da pobreza nesses países é determinante para sua inédita diminuição em escala mundial.

A trajetória da desigualdade de renda no Brasil, de 1970 a 2000, diz o artigo “lembra o cardiograma de um morto”, isto é, nao se moveu, nem com democracia, nem com ditadura, nem com expansão, nem com recessão. “O único sinal de vida foi dado no movimento de concentração de renda ocorrida entre 1960 e 1970, quando o Gini chega próximo a 0,6, e se estabiliza nesse patamar”. Isto, sob o feito do golpe, da repressão aos sindicatos, ao arrocho salarial, à concentração de renda e à exclusão social promovidos pela ditadura, aumentou ainda mais a desigualdade e ficou nesse patamar até os anos 2000.

A desigualdade de renda no mundo começa a cair com o crescimento chinês – ao contrário do que se propala, que teria aumentado na China a desigualdade com o crescimento – indo de 0,63 em 1990 a 0,61 em 2000. A inflexão mais acentuada se dá a partir de 2000, quando a expansão econômica se dá também na India. Na sua combinação, o Gini mundial cai para 0,54 em 2009, chegando ao piso da seria iniciada em 1950.

De forma similar e paralela, a queda brasileira se dá já nos anos 2000. Depois de 30 anos de alta desigualdade inercial, o Gini começa a cair, passando de 0,6 a 0,54 em 2009. A desigualdade continua em queda, em 2010 cruza o piso de 1960 e entra no 12º ano de queda consecutiva. “Em janeiro de 2012 o Gini atinge 0,519, caindo no ano passado a uma taxa quase duas vezes mais acelerada que (a) dos primeiros anos da década passada.”

O descolamento entre os emergentes e os países do centro do sistema se acentua com a crise atual, em que (há) a aplicação de políticas recessivas e seletivamente cruéis contra os mais pobres. “Os primeiros anos do início do novo milênio serão conhecidos nos futuros livros de história brasileira e de história geral como de redução da desigualdade. (...)"

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Índice de Gini medida utilizada para calcular a desigualdade da distribuição de renda. O índice de Gini aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a 1, onde o zero corresponde à completa igualdade de renda, ou seja, todos têm a mesma renda, e 1, que corresponde à completa desigualdade, isto é, uma só pessoa detém toda riqueza, e as demais nada têm.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MAC FOTO

MARCA AMBIENTAL


Pavel Constantin.

CAÇA AO HOUAISS


MPF quer que dicionário Houaiss saia de circulação por preconceito contra ciganos

O Ministério Público Federal em Uberlândia-MG ajuizou ação civil pública contra a Editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss pedindo a imediata retirada de circulação e de estoque das edições do Dicionário Houaiss que contenham expressões pejorativas e preconceituosas contra ciganos, minoria étnica que, no Brasil, é composta por 600 mil indivíduos. (...)

“Ao se ler em um dicionário (...) que a nomenclatura cigano significa aquele que trapaceia, velhaco, entre outras coisas do gênero, ainda que se deixe expresso que é uma linguagem pejorativa, ou, ainda, que se trata de acepções carregadas de preconceito ou xenofobia, fica claro o caráter discriminatório assumido pela publicação” (é o que afirma o procurador da República Cléber Eustáquio Neves).

(...) O procurador da República afirma que “o direito à liberdade de expressão não pode albergar posturas preconceituosas e discriminatórias, sobretudo quando caracterizada como infração penal”. Segundo ele, a significação atribuída pelo Houaiss violaria o artigo 20 da Lei 7.716/89, que tipifica o crime de racismo. (...)

De acordo com o Ministério Público, a atitude da editora e do instituto teria causado, inclusive, dano moral coletivo, na medida em que agrediu de maneira absolutamente injustificável o patrimônio moral da nação cigana - razão por que, além da retirada das expressões, pleiteia também a .
 condenação dos réus ao pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 200 mil. (Fonte: aqui).

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Das oito acepções registradas pelo Houaiss para o termo 'cigano', duas aludem a expressões preconceituosas, mas há a indicação de que se trata de uso pejorativo.
Quantos termos no Aurélio, no Houaiss e noutros dicionários recebem acepções negativas?
A ressalva 'uso pejorativo' destacada pelo dicionário parece tornar improcedente a pretensão do MP.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ARTISTA BRASILEIRO


PERY RIBEIRO - Rio de Janeiro, 1937-2012.

Por Nei Lima.

ECOS DAS REDES


A penúltima flor do Lácio

Por Josué Gomes da Silva

Se estivesse vivo, o poeta Olavo Bilac, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, talvez sentisse forte inclinação a fazer sutil mudança no primeiro verso de seu célebre soneto "Língua portuguesa". Em vez de "Última flor do Lácio, inculta e bela", provavelmente ele alteraria para "Penúltima...".

Nada mais lógico, pois agora a última "flor do Lácio", nem sequer certamente entendida de modo pleno pelos antigos leitores de Bilac, é o português "falado" pelos jovens na internet e nas redes sociais.
São numerosos códigos, abreviaturas oficiosas, neologismos e construções gramaticais "inovadoras" que descaracterizam nosso idioma, considerado um dos mais ricos, complexos e positivamente redundantes sob o aspecto da linguística e da semiótica.

Desde os simples e já ultrapassados e-mails até o Twitter, o Facebook, o Orkut, o SMS e outros aplicativos, crianças e jovens comunicam-se com extrema agilidade e fluência, usando seus computadores, celulares e tablets.

O mais extraordinário é que, nesse "webportuguês", privilegiando consoantes, conseguem expressar todo tipo de informação, bem como emoções e sentimentos nas suas mensagens de Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais e até nas declarações ao primeiro amor.

Pouco a pouco, os adultos, de maneira inevitável, vão incorporando a linguagem dos jovens na internet. Surge novas maneiras de expressão adequadas às mudanças culturais que a tecnologia suscita. Agilidade é tudo o que precisa uma sociedade na qual o tempo tornou-se commodity comportamental. Os jovens intuíram isso antes de todos, percebendo que a síntese eleva muito a produtividade da comunicação nas mídias digitais. Um ensinamento para ninguém botar defeito.

Portanto, nada a criticar. Mas há algo a ser considerado. Simultaneamente ao uso de sua criativa e eficaz linguagem, crianças e jovens não podem perder-se quanto à boa e sempre renovada língua portuguesa. Isso reforça a importância da qualidade do ensino do idioma nas escolas e o papel das famílias na atenção ao "certo", tanto no acompanhamento das lições de casa, quanto valorizando os bons hábitos semânticos, gramaticais e lexicais no cotidiano.

Da mesma maneira que o já corriqueiro aprendizado do inglês não deve impedir que o bom português seja cultivado na infância e na juventude, o idioma "internético" não pode ser empecilho à correção no uso de nossa língua pátria.

Creio que o mais importante nesse tema seja a democratização da excelência do ensino e do acesso aos computadores e à web. Se garantirmos isso, as futuras gerações falarão e escreverão de modo escorreito a "penúltima flor do Lácio". Vc tb concorda, bro?  (Fonte: aqui).

HAICAI CHINFRIM PRA UM FILME MUDO QUE AINDA NÃO VI


por que ver o artista?
consta que fala ao coração
e dá na vista

CINEMA


Por Tural Hasanli.

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É longo e árido o caminho a ser trilhado pelo cinema brasileiro...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O HOMEM QUE GOSTAVA DO "SIM"

Stefan Zweig, em 1940.

O homem que gostava do "sim"

Alberto Dines

Tinha pouco mais de 60 anos quando se suicidou em Petrópolis junto com a mulher, Lotte, num protesto contra a guerra. Setenta anos depois, Stefan Zweig está mais ativo e vivo do que quando se recolheu a um pequeno bangalô na região serrana.

Cinco livros estão sendo lançados simultaneamente em edição digital em inglês, formatos Kindle e Nook, acrescidos da biografia escrita pela primeira mulher, Friderike. Na Bahia, está sendo sonorizada a adaptação da novela “A coleção invisível”, sobre a inflação alemã de 1923.

No Festival de Salzburgo em 2010, a novela “Medo”, publicada originalmente em 1913 e que já merecera cinco versões para o cinema (uma delas assinada por Rosselini com Ingrid Bergman no papel principal), foi convertida num extraordinário êxito teatral.

O público de língua alemã reencontrou-se com Zweig no pós-guerra (seus livros foram queimados e banidos pelos nazistas na Alemanha e Áustria); na França, cada fragmento inédito que se descobre vai para a lista de best-sellers; americanos e ingleses seguem atrás. O escritor mais traduzido do mundo na década de 30 do século passado reaparece em sucessivos revivals.

Desta vez, porém, foi ressuscitado. Não se trata de fenômeno meramente editorial, o público tão massacrado pela coisificação quer reencontrar-se com o idealismo que palpita nas suas biografias, nas opções humanistas, nos ensaios, na melancolia de algumas novelas e na capitulação em outras. Caso da única ficção concebida e escrita em Petrópolis, “Uma Partida de Xadrez”, terminada pouco antes de entregar os pontos.

Foi amigo do pacifista-comunista Romain Rolland e de Sigmund Freud, símbolo da independência espiritual. Seus livros, especialmente as biografias, eram discutidos pelo grupo de Fidel Castro em Sierra Maestra. Judeu, não observante, biografou três humanistas cristãos – Erasmo de Roterdã, Sebastião Castélio (adversário do fanático Calvino) e Lev Tolstoi.

Resgatou Maria Antonieta, enxergou na façanha de Fernão de Magalhães as sementes do internacionalismo e da globalização. A conferência que pronunciou no Rio em 1936, “A Unidade Espiritual do Mundo” (praticamente inédita), é em sua essência a matriz do programa “Aliança das Civilizações” adotado pela ONU como antídoto ao belicismo do “Conflito entre civilizações”, de Samuel Huntigton.

Quando visitou nosso país, Barack Obama fez dois discursos e em ambos referiu-se ao “país do presente” numa clara alusão ao clássico “Brasil, um país do futuro”, o mais conhecido livro sobre o Brasil de todos os tempos. Stefan Zweig não era economista, nem futurólogo, fascinou-se com a beleza, as riquezas, sobretudo com a história de conciliações do país. Como enfatiza no prefácio, pretendia valorizar a solução brasileira para o ódio racial que naquele momento ensanguentava a Europa.

Sexta-feira passada, o “La Nación” de Buenos Aires republicou a extensa carta que a poeta chilena Gabriela Mistral enviou ao jornal no dia seguinte ao enterro do casal Zweig (de quem era vizinha e amiga). Revela que no último encontro o escritor manifestou sua angústia com o destino dos imigrantes alemães estabelecidos na América do Sul depois da decisão da conferência de chanceleres do continente de cortar relações com os países do Eixo. O refugiado se preocupava com todos os perseguidos, sem discriminá-los.

O jornalão argentino descobriu que ainda em 1928, quando Zweig começou a se interessar pela América do Sul, o primeiro objetivo era a Argentina, depois viria o Brasil. Nossos hermanos estão corretos: Zweig maravilhou-se com o sucesso argentino e acabou arrebatado pelo Brasil.

Era, como ele próprio dizia, um cultor do “sim”, gostava de gostar. Por isto está vivo, intenso, irradiando aproximações, 70 anos depois de enterrado.

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ALBERTO DINES, jornalista e presidente da Casa Stefan Zweig, centro de memória que está sendo criado em Petrópolis.

ÓCULOS


Bosc.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

FATOS E 'FATOS'


"(...) Fato é o que cremos e vemos. E, em vários sentidos importantes, nós sabemos dos fatos. Sabemos que se alguém pula da janela de um prédio, a lei da gravidade cobra seu preço. Em termos gerais, muitos de nós conhecemos os fatos que nos cercam no ambiente imediato no qual vivemos todos os dias. O que quero dizer com isso?

Vivemos a vida de todos os dias em ambiente relativamente limitado, local. Nesse espaço temos experiências diretas, interativas, diárias, a partir das quais conseguimos saber razoavelmente o que esperar. Nossas experiências têm bom valor preditivo. Se alguém aparece dizendo sandices – que quem vive na cidade vizinha está fabricando uma bomba atômica que usará para nos explodir –, sabemos imediatamente que é sandice, loucura.

Mas e quando nos falam de gente que vive longe? Quem de nós conhece o Irã, quantos viveram lá, quantos conversam com iranianos? Nada, na nossa vida diária, nos habilita a emitir julgamentos sobre o que é real e o que não é real, do que se passa por lá.

Fazemos o quê, nesse caso? Em geral, vivemos como se aqueles lugares distantes não existissem, a menos que haja motivo próximo para crer que o que aconteça por lá venha a ter algum impacto em nossas vidas. Para isso, muitos de nós confiam cegamente nos que nos são apresentados como “especialistas”: praticamente sempre são funcionários do estado ou ‘especialistas’ de mídia, “cabeças falantes”.

Aí pode haver um grave problema. O que assegura que sejam especialistas e mereçam confiança?
Como se pode saber que aqueles ‘especialistas’ do governo ou da imprensa não trabalham por agendas próprias que nunca nos são expostas e que modelam todos os seus julgamentos? Como sugerem os dois exemplos acima, políticos eleitos também podem perfeitamente trabalhar a partir de pressupostos que, se olhados a frio, são pressupostos anti-humanos. Qualquer deles, aliado a interesses especiais e que jamais se veem com clareza, é perfeitamente capaz de declarar que todas as informações dos serviços de inteligência dos EUA são falsas, não passam de bobagens. ‘Real’ é o que já tinham na cabeça antes de os serviços de inteligência porem-se a trabalhar. E quanto a nós, os que dependemos, para viver, da nossa experiência diária, imediata, acreditaremos em quê, em quem?

Quando não se consegue saber o que é fato e o que é opinião, o que é fato e o que é ficção, talvez possamos usar algumas regras simples, para assim forçar os políticos a agir de modo a minimizar (em vez de multiplicar por mil) os erros. Por exemplo, em caso de dúvida quanto a em quem ou em que acreditar, os cidadãos podemos começar por:

1. Duvidar sempre, o mais possível, em tudo (o) que digam os políticos e a imprensa. Lembremos os últimos desastres, nos EUA (o maior dos quais foi a invasão do Iraque), quando o que nos diziam sobre o que seria ‘fato’ não passou de mentiras e mais mentiras. Os cidadãos temos o dever, para conosco e para com nosso país, de buscar várias, muitas, fontes de informação.

2. Exigir que os políticos eleitos trabalhem a partir do melhor cenário possível, por mais que se preparem para o pior. Na maior parte das vezes, a opinião dos ‘especialistas’ sobre o que seriam ameaças externas contra nós é opinião ideologicamente distorcida; muitas vezes é exagerada; muitas vezes, também, é simplesmente errada (por exemplo, o que tantos ‘especialistas’ nos diziam sobre o Vietnã); ou é opinião que segue uma ou outra agenda específica, interesses especiais (por exemplo, no caso do Iraque, no caso do Irã e sempre que a imprensa fala sobre o “santificado” estado de Israel e o estado “terrorista” dos palestinos).

3. Exigir que, nas relações exteriores, tente-se primeiro e principalmente, a via diplomática. A guerra deve ser necessariamente o último recurso, recurso extremo, que poucos conhecem de perto e a maioria dos políticos só viu em livros ou no cinema. Se a conhecessem de perto, com certeza não seriam tão rápidos em mandar para o front, na imensa maioria das vezes, só os filhos dos outros.

4. Exigir punição exemplar aos que mintam sabendo que mentem e agridem leis internacionais e direitos humanos (como a Convenção de Genebra e as muitas leis que proíbem a tortura). Há várias boas razões para que aquelas leis existam. Atropelá-las é voltar ao estado de barbárie.

É estranho, mas, nas democracias, os que não se empenhem nas discussões políticas, que não se esforcem para influenciar o curso dos acontecimentos, acabam por ser responsáveis por tudo (o) que seus governos façam. É assim, porque, nas democracias, quem não participa abdica do direito potencial de atuar no mundo.

Ninguém pode recolher-se completamente à existência privada. Quem o faça, logo verá que a gangue dos ternos caros ganha novas chances de o derrotar. E afinal, a gangue dos ternos caros lá estará, agindo também em nome dos que abdicam do direito de participar e influir."


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(Lawrence Davidson, do Consortium News, no artigo "Manipular a realidade é atacar a democracia", em que aborda o processo de formação da opinião pública americana, centrada na definição das ameaças atuais e futuras à segurança nacional dos EUA. O articulista sustenta que a classe média americana é 'refém' do pensamento unidimensional, formado por políticos e órgãos midiáticos: há ameaças carimbadas, inquestionáveis, indiscutíveis, revogadas todas as ponderações em contrário, sendo que o próprio 'contestador' certamente receberá o carimbo de ameaça. A íntegra do artigo poderá ser lida aqui).

GRÉCIA: SOBERANIA USURPADA


Nani.

SÍRIA TRÁGICA


Samuca.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

LUZILÂNDIA LUZ



Uma beleza!

OLD PICLES



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O Pasquim nº 751, novembro de 1983.

CARTUM


Sevket Yalaz.

A POESIA ANDA DE ÔNIBUS

Ilustração: Amorim.

O jornalista e produtor cultural William Melo Soares reúne material para a segunda edição do projeto “A poesia anda de ônibus”. A ideia é simples: fixar nos ônibus do sistema de transporte público de Teresina poemas de autores piauienses.

O projeto teve a sua primeira edição em 2005 (...). Os adesivos com versos sobre o cotidiano resistiram, mas desapareceram com o passar dos anos. Ficaram, porém, na memória dos passageiros.

“Esse é um dos projetos culturais de maior sucesso em Teresina. Ainda hoje as pessoas lembram e cobram uma nova edição”, avalia o jornalista.

Segundo William, “A poesia anda de ônibus” é uma maneira simples de democratizar cultura a custos mínimos. Se vingar novamente, deve espalhar 3 mil poemas nos coletivos que circulam na capital.

Devem entrar na segunda edição criações de 12 poetas piauienses. Entre eles, Climério Ferreira, Graça Vilhena, João Carvalho, Laerte Magalhães, Marleide Lins, Paulo José Cunha e Rubervan Du Nascimento, além do próprio William Melo Soares. (Fonte: Rômulo Maia - Portal AZ).

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William Melo Soares, ou simplesmente Poeta, é autor do seguinte haicai, entre 'n' poemas:

EU TE LEVO
TU ME LEVAS
NÓS LEVITAMOS

'SALVA-VIDAS' GREGO


Hajo de Reijger.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

OK, EINSTEIN...


Falha adulterou pesquisa com neutritos

Cientistas descobriram falha no equipamento que gerou uma das maiores polêmicas científicas do ano passado

Todos podem dormir sossegados: a Teoria da Relatividade de Albert Einstein está salva por enquanto. Os neutrinos mais rápidos que a luz, descobertos no ano passado por físicos do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (na sigla em francês, CERN), nada mais foram do que resultado de uma má conexão entre um dos computadores e o GPS do experimento.

Em setembro de 2011, físicos do experimento OPERA descobriram que neutrinos (pequenas partículas subatômicas) estavam fazendo a viagem entre dois laboratórios, um na Suíça e outro na Itália, a uma velocidade 60 nanossegundos mais rápida que a da luz – de acordo com a teoria de Einstein, isso seria impossível. Os resultados foram publicados para que a comunidade científica pudesse avaliá-los.

Uma segunda tentativa em novembro continuou dando o mesmo resultado, enquanto físicos do mundo inteiro coçavam a cabeça, tentando descobrir eventuais erros e imaginando como seria um universo em que a Teoria da Relatividade não fosse mais válida.

Mas porta-vozes do CERN admitiram nesta quarta-feira (22) que técnicos do Centro descobriram no início do mês que a discrepância pode estar relacionada a problemas com o GPS usado na experiência. Foi descoberta uma má conexão do cabo ótico que ligava um GPS a uma unidade de processamento do OPERA. Esse problema gerava justamente os 60 nanossegundos a menos registrados na experiência. Outro problema pode ter sido na sincronização dos dados do GPS com o processamento central.

De acordo com James Gillies, do CERN, essa hipótese ainda tem que ser confirmada, com a repetição dos testes, agora com todos os cabos e equipamentos em ordem.

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...você venceu!

GONZAGÃO AINDA NO CLIMA


Por Dálcio Machado.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

TORQUATO POR NETTO

Torquato Neto.

Caricatura de autoria de João de Deus Netto, piauiense ("conterrâneo do poeta Torquato") há anos radicado na Curitiba de Paulo Leminski e Dalton Trevisan.

Para ler "Um poeta não se faz com versos", de Rodrigo de Andrade, clique no Picinez, um dos ótimos blogs do Netto.

(Enquanto isso, prepara-se para vir a público, lépida e fagueira, a terceira edição de Torquato Neto ou A Carne Seca é Servida, de Kenard Kruel).

DESFILE REPROVADO


Por Tiago Recchia.



Do BlogBueno.

CERCO AO SUBORNO NOS EUA

Ilustração: Hadi Farahani.

EUA: lei de delação premiada agita empresas

Uma lei americana que pune o suborno de políticos e premia em mais de US$ 100 mil os delatores está mudando a rotina de empresas brasileiras, preocupadas com multas milionárias.

A Lei Dodd-Frank começou a valer em agosto de 2011 para premiar delatores em 10% a 30% das multas acima de US$ 1 milhão, aplicadas nos EUA. Para isso, é preciso fornecer informação exclusiva que comprove a propina a políticos, inclusive brasileiros.

O fundo para premiar delatores é de US$ 450 milhões.

A lei vale para filiais de multinacionais ou empresas com ações na Bolsa dos EUA e até mesmo para irregularidades das terceirizadas.

Antes dessa lei, os EUA já puniam a corrupção estrangeira no FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), mas sem a delação premiada.

"Agora a coisa começou a esquentar e é natural que a Dodd-Frank passe a ser mais uma preocupação. A empresa se convence de que o prejuízo é maior se deixar correr solto", diz o advogado André Fonseca, que atende empresas sobre a lei americana.

Companhias como CPFL e Braskem, com ações na Bolsa, e multinacionais como Qualicorp e Kimberly-Clark já criaram normas internas para se prevenir e adotar uma agenda corporativa ética.
A ideia é se antecipar aos problemas, monitorando funcionários e gastos.

Há canais internos para denunciar colegas -e assim ter o controle de potenciais danos à empresa. (...)

Funcionários, fornecedores e terceirizados também são obrigados contratualmente a seguir a legislação americana.

"A complexidade das leis anticorrupção não alivia a responsabilidade. Deve-se consultar o departamento jurídico antes de autorizar, oferecer, prometer ou pagar algo de valor se houver dúvida", determina o código de conduta da Kimberly-Clark.

A responsável por segurança empresarial na Braskem, Olga Pontes, compara a lei americana ao uso de cinto no carro, adotado ou por segurança ou para evitar multas de trânsito. "A lei é uma forma de instrumentalizar a cultura anticorrupção."

Um dos reflexos da lei é o aumento de auditorias no Brasil.

Hoje, metade da receita das investigações da PricewaterhouseCoopers no país já vem por conta da lei dos EUA. Eram três investigadores em 2009. Agora, são 30.

Na Ernst & Young Terco houve aumento de 100% nas investigações encomendadas por estrangeiros para saber o risco de fechar negócios no Brasil.

Desde o ano passado, 40 empresas discutem a lei no Instituto Brasileiro de Direito Empresarial. Segundo o advogado Bruno Maeda, coordenador no instituto, a prevenção pode reduzir a responsabilidade da empresa em caso de condenação.

MULTAS MILIONÁRIAS
A maior multa da história foi aplicada à Siemens -mais de US$ 400 milhões.
No Brasil, a empresa montou um sistema de investigação com 45 pessoas que levou ao afastamento do seu executivo-chefe no ano passado.

Em 2011, os EUA receberam 13 denúncias - nenhuma de brasileiros até o momento.

Sem delação premiada, a Embraer está sob investigação por corrupção nos Estados Unidos.

No Brasil, no caminho contrário, a suíça Alstom foi alvo de suspeitas em contratos com o Metrô de São Paulo. (Fonte: aqui).

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Salutar a iniciativa norte-americana. Fora do rigor da lei o que prospera é a corrupção premiada.

GRÉCIA, DAY AFTER


Por Hajo de Reijer.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O PREÇO DA ORTODOXIA EUROPEIA


Dor sem ganho

Paul Krugman

Na semana passada, a Comissão Europeia confirmou o que todo mundo já suspeitava: as economias que ela monitora estão encolhendo, não estão crescendo. Ainda não é oficialmente uma recessão, mas a única pergunta verdadeira é: qual será a profundidade do declínio?

E este declínio está atingindo nações que nunca se recuperaram da última recessão. Apesar de todos os problemas dos Estados Unidos, o seu produto interno bruto finalmente ultrapassou o pico pré-crise; o da Europa, não. E algumas nações estão sofrendo em níveis da Grande Depressão: Grécia e Irlanda têm quedas de dois dígitos na produção, a Espanha tem desemprego de 23%, o colapso da Grã-Bretanha agora já dura mais do que o declínio dos anos 30.

Ainda pior, os líderes europeus – e um bocado de jogadores influentes aqui – ainda defendem a doutrina econômica responsável por este desastre.

As coisas não precisavam ir tão mal. A Grécia estaria afundada em problemas, não importa qual fosse a decisão de política adotada, e o mesmo é verdade, em menor extensão, a respeito de outras nações da periferia da Europa. Mas os problemas foram agravados mais do que o necessário pela forma com que os líderes europeus — e mais amplamente a política da elite — substituiram análises por moralização, lições da história por fantasias.

Especificamente, no começo de 2010 a austeridade econômica – a insistência de que os governos devem cortar gastos mesmo diante de altas taxas de desemprego – se tornou um mantra nas capitais europeias. A doutrina garantia que os efeitos negativos diretos do corte de gastos sobre o desemprego seriam cancelados pelas mudanças na “confiança”, que a economia com o corte de gastos levaria ao aumento do consumo e dos gastos das empresas, enquanto as nações que não fizessem esses cortes veriam uma evasão de capitais e alta das taxas de juros. Se isso soa, para você, como algo que Herbert Hoover teria dito, você está certo: soa e ele disse.

Agora, os resultados apareceram – e eles mostram exatamente o que três gerações de análises econômicas e todas as lições da história já deveriam ter lhes dito que aconteceria. A confiança praticamente não apareceu: nenhum dos países que cortou os gastos vivenciou a recuperação do setor privado que era prevista. Ao contrário, os efeitos depressivos da austeridade fiscal foram reforçados pela queda dos gastos do setor privado.

Ainda por cima, os mercados de bonds [títulos da dívida] continuam se recusando a cooperar. Até mesmo as grandes estrelas pupilas da austeridade, países que, como Portugal e Irlanda, fizeram tudo que foi exigido deles, ainda estão diante de altíssimos custos para tomar empréstimos. Por quê? Porque o corte de gastos deprimiu suas economias profundamente, reduzindo a base de arrecadação de impostos a ponto de a relação dívida-PIB, o indicador padrão do progresso fiscal, estar piorando e não melhorando.

Enquanto isso, países que não embarcaram no trem da austeridade – mais notavelmente Japão e Estados Unidos – continuam a ter baixo custo de empréstimo, desafiando as previsões calamitosas dos falcões fiscais.

Mas nem tudo deu errado. No ano passado, os custos de empréstimo na Espanha e na Itália dispararam, ameaçando um desastre financeiro geral. Esses custos agora caíram, entre suspiros de alívio generalizados. Mas essa boa notícia foi, na verdade, um triunfo da antiausteridade: Mario Draghi, o novo presidente do Banco Central Europeu, deixou de lado as preocupações com a inflação e comandou uma grande expansão de crédito que era exatamente a “receita do médico”.

Então, o que vai ser preciso para convencer a Convenção da Dor, as pessoas dos dois lados do Atlântico que insistem que podemos cortar nosso caminho rumo à prosperidade, de que elas estão erradas?

Afinal, os suspeitos de sempre foram ligeiros em decretar como morta para sempre a ideia de estímulo fiscal depois que os esforços do Presidente Obama para produzir uma rápida queda no desemprego falharam – apesar de muitos economistas terem alertado antecipadamente que o estímulo era muito pequeno. Ainda assim, até onde posso ver, a austeridade ainda é considerada responsável e necessária, apesar de seu fracasso catastrófico na prática.

O fato é que poderíamos fazer muito para ajudar nossas economias simplesmente revertendo a austeridade destrutiva dos últimos dois anos. Isso também é verdade nos Estados Unidos, que evitaram austeridade total na escala federal, mas registraram grandes cortes de gastos e de empregados nos governos estaduais e municipais.

Você se lembra de toda a barulheira sobre a existência de projetos prontos, em número suficiente, para tornar viável um grande programa de estímulo? Bem, não importa: tudo o que o governo federal precisa fazer para injetar ânimo na economia é dar ajuda aos governos locais, permitindo que esses recontratem centenas de milhares de professores que eles demitiram e retomem projetos de construção e manutenção que cancelaram.

Veja, eu compreendo por que as pessoas influentes relutam em admitir que ideias de políticas que achavam refletir profundo conhecimento na verdade resultaram em completa insensatez destrutiva. Mas já é hora de deixar para trás crenças ilusórias sobre as virtudes da austeridade em economias deprimidas.  (Fonte: AQUI).

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P.s.: DOR SEM GANHO. O título se refere a um ditado americano: no pain, no gain (se não dói, não resolve).
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Krugman, a exemplo de outros analistas, defende claramente a ação estatal (notadamente expansão de investimentos públicos) no enfrentamento da crise. Exatamente o que o Brasil vem fazendo há uma década. Fico a pensar em como estaria hoje o País caso tivesse seguido os 'ensinamentos' dos iluminados que até hoje, não obstante o fracasso inquestionável do modelo neoliberal, insistem em dar aulas aos mortais comuns.

É CARNAVAL!


Tiago Recchia.

DIVERSIDADE COMPRIMIDA


A ilusão da escolha

A mídia nunca foi tão concentrada: seis gigantes controlam 90% de tudo o que os americanos (e o mundo, por extensão) leem, assistem ou ouvem.
 
Em 1983, 90% da mídia americana era propriedade de 50 empresas; em 2011, os mesmos 90% pertencem a 6 empresas. (...) (Fonte: aqui).

PULAR O CARNAVAL

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

É CARNAVAL!


Luscar.

FICHA LIMPA É VULNERÁVEL

Charge de Angeli.

Ficha Limpa deve abrir guerra

Para ex-juiz eleitoral, a legislação oferece amplas possibilidades de defesa dos candidatos inelegíveis

A Lei da Ficha Limpa, reconhecida como constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), poderá deflagrar batalha judicial nos tribunais, com os políticos “ficha suja” buscando se aproveitar de brechas para aprovar o registro de suas candidaturas nas próximas eleições.

Para o advogado e ex-juiz eleitoral André Borges, a lei é moralizadora porque afasta os “piores políticos” da vida pública. Mas também dá chance para os tribunais reconsiderarem, dependendo de cada caso, o indeferimento de registro de um candidato.

“Vai ser uma verdadeira batalha nos tribunais. Isso aí vai gerar muitos questionamentos jurídicos, haverá impugnações, inclusive de candidatos tentando impugnar os registros dos adversários”, alertou o ex-juiz eleitoral. De acordo com ele, a legislação oferece amplas possibilidades de defesa aos candidatos inelegíveis. “Até as hipóteses do Ficha Limpa podem ser contestadas”, afirmou. (...) (Fonte: Correio do Estado)
  

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Duayer.

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domingo, 19 de fevereiro de 2012

REALIDADE GREGA

Enquanto se anuncia o fechamento do pacote grego, 'para alívio do mundo', voltemos para texto publicado há poucos dias pelo CartaMaior:

Thessalonique, setembro de 2011: um homem come uma refeição distribuída aos pobres. 

Grécia, a receita infalível para destruir um país

Por Webster Franklin

O FMI e as autoridades financeiras da União Europeia aumentam a pressão sobre a Grécia e dizem que país "ainda não reúne todas as condições" para receber ajuda. Querem mais cortes de gastos públicos. Enquanto isso, na Grécia, crescem os casos de abandono de crianças e de desnutrição infantil, o desemprego bate na casa dos 20%, as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%, alunos não receberam livros escolares e cidadãos deficientes, inválidos ou portadores de doenças raras tiveram subsídios e medicamentos cortados. Saiba como destruir um país e seu povo em nome da austeridade.


A Grécia deveria estar atenção no que está acontecendo em Portugal, onde o governo decidiu cumprir tudo o que a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) exigiu e a situação econômica do país só está piorando. A advertência foi feita por Landon Thomas, colunista econômico do jornal The New York Times, em um artigo intitulado Portugal's Debt Efforts May Be Warning for Greece. Portugal, diz Thomas, vem fazendo tudo o que a troika exigiu em troca dos 78 bilhões de euros de “resgate” liberados em maio de 2011. No entanto, o resgate está fazendo a economia do país afundar cada vez mais no buraco. Neste momento, a Grécia está sendo pressionada a seguir o mesmo caminho para garantir um “resgate” de 130 bilhões de euros.

Em Portugal, o portal Esquerda.net destacou a advertência de Landon Thomas, que vem apoiada em um dado eloquente: quando Portugal fechou o acordo para receber o “resgate” de 78 bilhões, a relação dívida/PIB do país era de 107%. Agora, a expectativa é que ela suba para 118% até 2013. Na opinião do colunista do New York Times, isso não se deve ao fato de que a dívida de Portugal está crescendo, mas sim ao encolhimento da economia do país. “Sem crescimento, a redução da dívida torna-se quase impossível”, resume. Os números mais recentes ilustram bem essa tese. O PIB português caiu 1,5% em 2011, sendo que, no último trimestre do ano passado, a queda foi de 2,7%. A taxa de desemprego no país chegou a 13,6% e o governo admite que esses números não devem melhorar em 2012.


Grécia “ainda não reuniu todas as condições”
A resistência da Grécia em aceitar os termos exigidos pelo FMI e pela União Europeia está fazendo aumentar o tom das ameaças dirigidas contra o país. Os ministros de Finanças da zona do euro cancelaram uma reunião marcada para terça-feira (14) para discutir a situação grega alegando que o país “ainda não reuniu todas as condições” para conseguir um novo empréstimo. As autoridades monetárias europeias querem que o governo grego especifique em que áreas serão executados cortes para atingir a meta de 325 milhões anuais exigida pelo bloco europeu. O problema é onde cortar na penúria? A cobertura jornalística sobre a crise na Grécia e em outros países europeus é abundante em números, mas escassa em relatos sobre os dramas sociais cada vez maiores.

Uma exceção nessa cobertura é uma matéria da BBC que fala sobre como a crise financeira grega causou tamanho desespero em algumas famílias que elas estão abrindo mão dos próprios filhos. Há casos de abandono de crianças em centros de juventude e instituições de caridade em Atenas. “No último ano", relatou à BBC o padre Antonios, um jovem sacerdote ortodoxo grego, “recebemos centenas de casos de pais que querem deixar seus filhos conosco por nos conhecerem e confiarem em nós. Eles dizem que não têm dinheiro, abrigo ou comida para suas crianças e esperam que nós possamos prover-lhes isso”. Até há bem pouco tempo, a Aldeias Infantis SOS da Grécia costumava cuidar de crianças afastadas de seus país por problemas com álcool e drogas. Agora, o problema principal é a pobreza.


Crescem casos de abandono e desnutrição infantil
Segundo os responsáveis pelas Aldeias SOS está crescendo o caso também de crianças abandonadas nas ruas. De acordo com as estatísticas oficiais, 20% da população grega está vivendo na pobreza e cerca de 860 mil famílias estão vivendo abaixo da linha da pobreza. No final de janeiro, o governo grego anunciou que iria começar a distribuir vales-refeição para as crianças após quatro casos de desmaios em escolas por desnutrição. A medida, segundo o governo, seria aplicada principalmente nos bairros mais afetados pela crise econômica e pelo desemprego. Em um segundo momento, também receberiam os vales as famílias em situação econômica mais grave. “Há casos de alunos de famílias pobres que passam o dia todo na escola sem comer nada”, denunciou, em dezembro de 2011, Themis Kotsifakis, secretário geral da Federação de Professores de Ensino Médio.

Apesar desses relatos, para as autoridades do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, a Grécia ainda não reuniu todas as condições para receber uma nova ajuda. A perversidade embutida neste discurso anda de mãos dadas com o cinismo. No dia 24 de janeiro deste ano, Sonia Mitralia, membro do Comitê Grego contra a Dívida e do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM), denunciou, diante da Comissão Social da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, a crise humanitária sem precedentes que está sendo vivida na Grécia. Segundo ela, as medidas de austeridade propostas pela troika representam um perigo para a democracia e para os direitos sociais.


“Dizimaram toda uma sociedade europeia para nada”
Mitralia lembrou que as próprias autoridades financeiras admitem que, se suas políticas de austeridade fossem 100% eficazes, o que não é o caso, a dívida pública grega seria reduzida para 120% do PIB nacional, em 2020, ou seja, a mesma percentagem de 2009, quando iniciou o processo de agravamento da crise. “Em resumo, o que nos dizem agora, cinicamente, é que dizimaram toda uma sociedade europeia... absolutamente para nada!”. Estamos vendo agora, acrescentou, “o sétimo memorando de austeridade e destruição de serviços públicos, depois dos seis primeiros terem provado sua total ineficácia. Assiste-se a mesma cena em Portugal, na Irlanda, na Itália, na Espanha e um pouco por toda a Europa, disse ainda Mitralia: afundamento da economia e das populações numa recessão e num marasmo sempre mais profundos.

Além do abandono de crianças e da desnutrição infantil, Mitralia aponta outros deveres de casa que estão sendo cobrados da Grécia e cuja execução é considerada insuficiente: o desemprego é de 20% da população e de 45% entre os jovens; as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%; já não há nos hospitais públicos curativos ou medicamentos básicos, como aspirinas; em janeiro de 2012, o Estado grego não foi capaz de fornecer aos alunos os livros do ano escolar começado em setembro passado; milhares de cidadãos gregos deficientes, inválidos ou que sofrem de doenças raras tiveram seus subsídios e medicamentos cortados. Mas, para o FMI e a União Europeia, a Grécia ainda não está fazendo o suficiente...

HAICAI DO CARNAVAL DO RECIFE


Charge de Humberto.

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diz o Homem da Meia-Noite:
'brigado, Galo, tô feliz
mas este bolo vai pra Luiz

OLD PHOTO


Flagrante do carnaval de rua no Rio de Janeiro em meados da década de 1950. A autoria é do fotógrafo piauiense José Medeiros (1921-1990), que retratou diferentes momentos da vida brasileira. José Medeiros começou a fotografar profissionalmente em Teresina, cidade onde nasceu. Mudou-se em 1939 para o Rio de Janeiro, publicando em órgãos diversos até ser convidado para integrar a equipe de O Cruzeiro, em que atuou por 15 anos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

BLOCO DO LULA


Escola paulista Gaviões da Fiel homenageia Lula. Palmas para a Gaviões.

BLOCO DO ZIRA


A trupe de Caratinga (MG), terra do Ziraldo, participará do desfile em que a escola carioca Tradição homenageará o cartunista. A exibição acontecerá na noite da próxima terça-feira, 21, e será mostrada pelo SBT. (Fonte: blog Desenharte).

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Carnaval do Nássara.

LEMBRANDO O PINHEIRINHO


O que é sagrado

Luis Fernando Veríssmo

Recomendo a quem não leu o artigo publicado na Folha de S. Paulo do último dia 9 de fevereiro, intitulado Ainda o Pinheirinho, do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor de direito civil José Osório de Azevedo Jr. O artigo trata da violenta ação de reintegração de posse da área chamada de "Pinheirinho", próximo a São José dos Campos, SP, quando 1.500 famílias faveladas foram despejadas e seus precários barracos arrasados num dia. Uma ação que só não teve mortos porque os favelados não tinham como se defender dos tratores e da truculência da polícia, que cumpria ordem da justiça e do executivo estadual.

Escreveu o professor Azevedo Jr.: "O grande e imperdoável erro do Judiciário e do Executivo foi prestigiar um direito menor do que aqueles que foram atropelados no cumprimento da ordem. Os direitos dos credores da massa falida proprietária são meros direitos patrimoniais. Eles têm fundamento em uma lei também menor, uma lei ordinária, cuja aplicação não pode contrariar preceitos expressos na Constituição".

E quais são os preceitos expressos na Constituição que contrariam e se sobrepõem à autorização legal para a terra arrasada, como no caso "Pinheirinho"? O principal deles está logo no primeiro artigo da Constituição: a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República. Um valor, segundo Azevedo Jr., "que permeia toda a ordem jurídica e obriga todos os cidadãos, inclusive os chefes de Poderes". Mas que não deteve a violência em "Pinheirinho". Outro princípio constitucional afrontado foi o da função social da propriedade. Que se saiba, a única função social da área em questão, até ser ocupada por gente à procura de um teto, era como garantia para empréstimos bancários do Nagi Nahas.

É comum ouvir-se falar no "sagrado" direito à propriedade. É um direito inquestionável, mas raramente se ouve o mesmo adjetivo aplicado ao direito do cidadão à sua dignidade. Prestigiam-se os direitos menores e esquecem-se os fundamentais. O maior valor de artigos como o do professor Azevedo Jr. talvez seja o de nos lembrar a espiar a Constituição de vez em quando, e aprender o que merece ser chamado de sagrado.


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A integra da reflexão do prof. Azevedo Jr. está aqui.

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Há o sistema de freios e contrapesos, em que o julgador deve estar pautado ao ponderar direitos e garantias constitucionais. No caso Pinheirinho o que se viu foi o sistema decisório carimbado.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

STF: FICHA LIMPA É CONSTITUCIONAL (II)


Dum.

CARNAVAL TERESINA C2H6O


De Netto, bamba das artes gráficas, sobre antigos carnavais teresinenses, ao tempo em que exibe caricaturas retratando a saudosa Nicinha, tipo inesquecível das folias mafrenses, e Garrincha, o Deusdeth Nunes, consagrado animador de nossa cultura:

"Não curto carnaval desde a última vez em 85 na Cinelândia (Rio) vendo os blocos, cordões, 'clóvis'... Bem antes, quando criança, eu vi este bloco de estranha (na época) fórmula química na praça Rio Branco (Teresina), principalmente porque, também, tinham componentes do baita conjunto Sambrasa e eu já estava enveredando na afinação de um violão comprado na Útil Lar do Aerton Fernandes. Vejam aí como ficaram a Colombina e o Pierrô dos antigos carnavais da Chapada do Corisco... "

O fera Netto não informa a que nível chegou na arte violonística, mas, à vista da categoria ostentada nas lides gráficas, não será surpresa se tiver estabelecido afinação total com o pinho.

OLD CARNAVAL


O MALHO.
Março de 1935. O day after do bloco do eu sozinho.

STF: FICHA LIMPA É CONSTITUCIONAL


Sinfrônio. Diário do Nordeste.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

NA HORA FATAL


Os maiores arrependimentos daqueles que estão para morrer

Bronnie Ware é uma enfermeira que passou muitos anos trabalhando com cuidados paliativos, cuidando de pacientes em seus últimos três meses de vida. Em "The Top Five Regrets of the Dying" (Top Cinco Arrependimentos Daqueles que Estão Para Morrer"), ela conta que os pacientes ganharam uma clareza de pensamento incrível no fim de suas vidas e que podemos aprender muito dessa sabedoria.

"Quando questionados sobre desejos e arrependimentos, alguns temas comuns surgiam repetidamente", disse Bronnie ao jornal britânico The Guardian.

Confira a lista e os comentários da enfermeira:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse
"Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não realizou nem metade dos seus sonhos e tem de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomaram, ou não tomaram. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais."

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto
"Eu ouvi isso de todo paciente masculino com que eu trabalhei. Eles sentiam falta de ter vivido mais a juventude dos filhos e a companhia de seus parceiros. As mulheres também falaram desse arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais antiga, muitas não tiveram uma carreira. Todos os homens com quem eu conversei se arrependeram de passar tanto tempo de suas vidas no ambiente de trabalho."

3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos
"Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, eles se acomodaram em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eles realmente eram capazes de ser. Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ressentimento que eles carregavam."

4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos
"Frequentemente eles não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até eles chegarem em suas últimas semanas de vida e não era sempre possível rastrear essas pessoas. Muitos ficaram tão envolvidos em suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos. Tiveram um arrependimento profundo por não ter dedicado tempo e esforço às amizades. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo."

5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz
"Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem isso no fim da vida, que a felicidade é uma escolha. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso 'conforto' com as coisas que são familiares O medo da mudança fez com que eles fingissem para os outros e para si mesmos que eles estavam contentes quando, no fundo, eles ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo." (Fonte: aqui).

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Carpe diem!