quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PUBLICIDADE DE ÁLCOOL NÃO CORRE RISCO DE CAMBALEAR


A Agência Brasil informa que "Para tentar combater a disseminação das drogas lícitas no País, o relatório final da subcomissão sobre drogas, criada no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, sugere a proibição da propaganda de bebidas alcoólicas, a restrição da comercialização do produto, o aumento de impostos..."

Segundo o presidente da subcomissão, Wellington Dias, apesar do aumento do consumo das drogas consideradas ilegais, o abuso do álcool é ainda mais preocupante. "A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que álcool é o mais grave dos problemas relacionados às drogas em todo o mundo, e recomenda que todos os países possam adotar, até 2012, políticas para redução do consumo".

O senador Wellington diz, ainda, que algo como 1% da população brasileira está envolvida com drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack, enquanto um porcentual muito maior, de quase 10%, faz uso sistemático do álcool.

De acordo com Dias, a OMS estima que o Brasil tenha um prejuízo anual aproximado de R$ 30 bilhões devido à falta de uma política adequada de combate às drogas. "Se adotarmos uma medida eficaz e reduzirmos pelo menos 20% [do prejuízo], teremos um lucro equivalente ao que se deve investir. Acredito que é o momento de agir porque as drogas interferem na economia, na família e na qualidade de vida da população".

Segundo Wellington Dias, são necessários cerca de R$ 3 bilhões para desenvolver no País uma rede de enfrentamento às drogas e de tratamento aos dependentes. A ideia, de acordo com o petista, é obter esse recurso da própria venda das drogas consideradas legais, como álcool e cigarro. (...)

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A despeito do louvável empenho da subcomissão do Senado, pode-se afirmar que a publicidade de álcool não corre risco de cambalear. Simples: é muito dinheiro envolvido, e quem o aufere é a grande mídia, e a divulgação e o abafamento de iniciativas como a em referência estão sob o arbítrio da grande mídia.
A galinha dos ovos de ouro vai continuar cacarejando, e a grande mídia certamente galhofará: "Ué, se a própria subcomissão afirma que pretende obter os R$ 3 bilhões necessários ao enfrentamento a partir de impostos sobre a venda das drogas legais, é óbvio que a publicidade deve aumentar, ou permanecer onde está, sob pena de o montante pretendido não vir a ser alcançado!"

Sem contar os lobbies das grandes empresas do mercado etílico atuantes no Congresso...

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Ilustração: Nicholas Viel.

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