quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

HENFIL NÃO SILENCIARIA


"(...) O cartunista Henfil (1944-1988) costumava dizer, nos anos 1970, que só se poderia ter certeza de algo que saísse no New York Times. Notícias sobre prisões, torturas, crise econômica no Brasil não eram estampadas pela mídia local, submetida a rígida censura. Mas dava no NYT. Aliás, esse era o título de seu único longa metragem, 'Tanga: deu no New York Times', de 1987. Era a história de um ditador caribenho que tomava conhecimento dos fatos do mundo através do único exemplar do jornal enviado ao seu país. As informações eram sonegadas ao restante da população.

Hoje quem sonega informação no Brasil é a própria grande mídia, numa espécie de censura privada. O título do filme do Henfil poderia ser atualizado para 'Deu na internet'. As redes virtuais furaram um bloqueio que parecia inexpugnável. E deixam a mídia bem mal na foto..."


(Gilberto Maringoni, no texto 'Internautas furam o bloqueio midiático', publicado no site CartaMaior, abordando o modo como o livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr, foi/está sendo tratado pela grande midia brasileira. Silêncio obsequioso, omissão conivente, cara de paisagem... Diante de tal cenário, o velho Henfil, ácido cartunista, com certeza não se omitiria: providenciaria um bombardeio de charges - além de consignar sua indignação em algumas das Cartas da Mãe com que frequentemente brindava Dona Maria).

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