O Senado se arrasta num interminável rosário de ilicitudes, mas a mídia, em uníssono, decreta que a prioridade é mirar com todo o gás em Sarney - e na defesa que o governo lhe oferece. Essa defesa se justifica pela busca da preservação da (precária) governabilidade? Restava ao governo outra alternativa? Pouco importa. E mais: mesmo que não dê pra botar o Marconi Perillo no lugar do Sarney, os sabichões terão exposto o Lula. Dividendos garantidos.
E o golpe militar em Honduras? Quase que dava certo expor o Lula, mas 192 países integrantes da ONU, União Européia e, pior, Barack Obama à frente, se disseram contra os golpistas. Ficou impraticável defender os usurpadores, e o jeito foi jogar a toalha.
Mas, ah, eis que pintou a Cúpula da União Africana, em Sirte, Líbia, para a qual Lula foi convidado de honra. Aí os sabichões se esbaldaram: Lula foi pra África, se misturar a uma penca de ditadores sanguinários, a começar pelo anfitrião Kadafi, para um evento que poderá contar com a participação, pasmem!, de Ahmadinejad, também convidado!!
E que dados o JN ou Jornal da Globo do dia 30 listaram sobre as relações Brasil/África? Zero. Poderiam ter dito: é a 11ª viagem de Lula ao continente; 34 dos 53 países participantes da Cúpula contam com representação diplomática do Brasil; a África responde atualmente por 7% da balança comercial brasileira: trocas comerciais: em 2003: US$ 5 bilhões; 2008: US$ 26 bilhões. Baita incremento. Informar, pra quê?
Se o Brasil resiste como resiste à crise internacional, isto se deve a algumas causas, e uma delas é a diversificação das parcerias comerciais, a que Lula deu início em 2003. A parceria com a África é exemplo, com vários sapos engolidos pelo caminho.
Maior parceiro comercial do Brasil nas últimas décadas: Estados Unidos. Atualmente: China - a léguas de distância da democracia. Enorme sapo.
Barack Obama, vendo o óbvio, louva o pragmatismo do Brasil. Os sabichões espinafram. O sapo incha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário