O ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, em artigo recentemente publicado, declara-se agradavelmente surpreso com o destaque que o Brasil vem merecendo no chamado Primeiro Mundo e instituições globais. O Brasil, que antes era solenemente ignorado, agora é aplaudido, despontando como exemplo de administração da crise financeira mundial por conta da evolução e solidez de seus indicadores econômicos.
Dito isto, Bresser põe um pé atrás: seu 'espírito caipira' recomenda cautela total, culminando com a eliminação do 'ufanismo imobilista': o Brasil não se deve deixar levar pela euforia, mesmo porque há um enorme caminho a percorrer, e quem se diz satisfeito deseja manter tudo como está.
Bresser soprou, em seguida mordeu.
Transcrevo comentário por mim inserido nesta data em matéria acerca do assunto, publicada no blog do jornalista Luis Nassif:
Discordo. Não me parece haver ufanismo imobilista; o que há é ostensiva posição imobilista dos representantes das elites nacionais, consistente em impedir (atravancar) qualquer avanço, torcer contra (José Simão, na Folha do dia 10.07, foi certeiro ao classificar de ‘pessimismo enganoso’ o comportamento de Miriam Leitão), desmerecer, minimizar as conquistas, atribuir exclusivamente a gestões passadas os êxitos alcançados.O fato de se reagir com satisfação ante, por exemplo, reportagem da The Economist que aplaude o Brasil não implica tapar os olhos para a realidade ainda amarga, como se tudo estivesse bem.É evidente que os sectários sempre existirão, em todas as vertentes e independentemente da conjuntura. Mas não me parece razoável que o sentimento de satisfação em face de certos avanços seja classificado como ufanismo, muito menos imobilista.
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