O Cardeal Ratzinger notabilizou-se (no Brasil) por ser o 'juiz' de Leonardo Boff. Bastou tal circunstância para ele receber o rótulo de conservador.
Ungido Papa Bento XVI em 2005, ratificou as expectativas: a Igreja se manteve inflexível quanto às questões envolvendo procriação e sexualidade, aborto, eutanásia, manipulações genéticas, celibato etc.
Eis que no dia 07 deste mês Bento XVI emite a Encíclica Caritas in Veritate (Caridade na Verdade). Encíclica é o mais importante documento passível de emissão pelo papado. O Brasil é laico, mas, qual o resto do mundo, não costuma fazer ouvidos de mercador à Igreja.
Mas a grande imprensa fez ouvidos moucos à Caritas in Veritate. Repercussão quase zero.
A Encíclica é importantíssima, estando a merecer ampla divulgação e reflexão. O que prega, em resumo, é que:
.o cristão deve estar convicto de que o Mercado (o famoso Livre Mercado!) não é o lugar de atropelo do forte sobre o fraco;
.a Economia (o implacável Mercado Globalizado!) não elimina o papel do Estado (o chamado Estado Regulador);
.as finanças, após os dramáticos prejuízos infligidos à Economia Real, passem a ser um instrumento orientado para o desenvolvimento;
.as sociedades, notadamente as mais tecnologicamente evoluídas, podem e devem diminuir suas próprias necessidades energéticas e avançar na pesquisa sobre energias alternativas.
Alerta importante: carecem de fundamento as notícias dando conta da expansão do agnosticismo entre as hostes neoliberais.
Palmas para Bento XVI.
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