quarta-feira, 1 de outubro de 2014

ESTADO ISLÂMICO, TERROR E MIOPIA


Para a Rússia, o duplo critério cegou os EUA sobre o Estado Islâmico

Por Vladimir Pesnya

O ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, assegurou que a política de duplo critério dos Estados Unidos lhe impediu apreciar a ameaça real que representava o Estado Islâmico (EI).

Os países ocidentais começaram a reagir somente após a televisão difundir o repugnante vídeo da execução dos jornalistas estadunidenses, afirmou o chanceler em declarações à rede russa Canal 5.

Depois de qualificar de inaceitável e desumano esse crime, Lavrov perguntou por que os estadunidenses não se deram conta antes dessa ameaça. E respondeu que a causa foi a política de duplo critério aplicada por Washington na batalha antiterrorista.

Recordou que os Estados Unidos e seus aliados ignoraram os chamados de Moscou a unir esforços e ajudar o governo sírio a criar, junto à oposição moderada e patriótica, uma única frente para combater os terroristas que invadiram o país árabe.

Lavrov sublinhou que o EI, proclamado agora inimigo número um de Washington, se fez forte graças ao financiamento estrangeiro [e armas] durante a derrubada do governo líbio, e às tentativas de repetir esse roteiro na Síria.

O chanceler russo se referiu aos reiterados chamados de atenção de Moscou a respeito da presença de muitos extremistas e terroristas entre os que combatiam as autoridades oficiais da Líbia e da Síria.

Nos asseguraram que esse assunto se solucionaria após a queda dos regimes, afirmou, ao lamentar que os governantes ocidentais não atenderam à Rússia.

Ao se referir à criação neste momento de uma coalizão antiterrorista, Lavrov expressou que "mais vale tarde que nunca", mas insistiu na necessidade de obter o [prévio] consentimento das nações em cujo território se luta contra os terroristas, e em particular, a autorização da Síria.

Sobre a posição do Kremlin nesse tema, o chanceler recordou que a Rússia fornece há muito tempo armamentos ao Iraque, Síria e outros países da região para ajudá-los a reforçar seu potencial no combate aos terroristas.

Lavrov criticou, na entrevista, que alguns políticos ocidentais pretendam igualar o que denominam "ameaça russa" com os crimes dos extremistas do EI.

Criticou um artigo com esse ponto de vista publicado pelo presidente estadunidense Barack Obama e o primeiro-ministro britânico David Cameron, e concluiu que essa calúnia "está totalmente fora de lugar, para além do limite do bem e do mal". (Fonte: aqui).

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