Do Blog do Antonio Mello:
Numa entrevista por telefone à repórter Patricia Moribe, da RFI, Rádio França Internacional, o cacique Marcão Xavante [imagem acima] fala da difícil situação de seu povo diante da pandemia:
“Não tem alegria não, é muito triste”.Genildo.
O líder xavante explica que cada microárea tem um pequeno posto com um técnico e uma enfermeira, mas que todos estão com medo. Já são cinco óbitos, quatro pessoas internadas e 48 em isolamento. “Os indígenas estão se tratando nas aldeias com remédio caseiro, natural do mato, não temos máscaras, nem álcool gel”, diz.
O cacique falou à repórter desde Campinápolis, a 602 km de Cuiabá (MT). O hospital da cidade atende à população de dez mil xavantes de 146 aldeias da região - a mais distante fica a 214 km.
Segundo o epidemiologista Paulo Cesar Basta, "há mais óbitos entre as populações indígenas – 491 mortes - do que em alguns países da América Latina".
A situação poderia melhorar com o projeto de lei 1142.
Ele propõe ações emergenciais: de subsistência, com fornecimento de água potável cestas básicas, atendimento médico, testes, tratamento, remoção de doentes, hospitais de campanha nos próprios territórios, entre outros itens.Não se poderia esperar nada diferente de Jair Bolsonaro. Seu projeto, confesso, é de extermínio ou aculturação de nossos índios, como confessou há mais de 20 anos:
Já as propostas estruturantes de médio e longo prazo tratam da melhoria da comunicação entre as aldeias, para que profissionais da saúde possam se comunicar melhor com a população, além de melhorias sanitárias, como abastecimento de água, coleta de lixo e saneamento básico.
“Lamentavelmente o presidente vetou vários pontos desse projeto no final da semana passada. Estamos na expectativa de que o Supremo Tribunal Federal exija que o governo cumpra as medidas previstas nesse plano emergencial”, diz o epidemiologista Paulo Cesar Basta.
“Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios”. Correio Braziliense, 12 Abril 1998.Leia mais na RFI.
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