terça-feira, 26 de maio de 2020

NA 'REUNIÃO DAS HEMORROIDAS', A QUESTÃO DO ARMAMENTO É 'A MAIS GRAVE DE TODAS'

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"'É a lógica de armar milícia para resistir à ação legal de autoridades constituídas. Isso constitui crime contra a Segurança Nacional', diz professor de Direito Constitucional da UERJ".
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Enquanto isso, alguém dispara: "Constituição, Constituição... Ora bolas, a Constituição!" 
Como diria Fellini, que rima com Mussolini (mas fica por aí, só na rima, felizmente): 'E la nave va'.


No vídeo da reunião ministerial de Jair Bolsonaro – que a internet batizou de “reunião das hemorroidas” -, o presidente da República deixou claro que quer ver “todo mundo armado”, porque “o povo armado não é escravizado”. Ele sugeriu que se o povo estivesse armado, poderia resistir às medidas de isolamento social impostas por governadores e prefeitos por causa do coronavírus. Para o professor de direito constitucional da UERJ, Daniel Sarmento, Bolsonaro se incriminou.
“Essa questão do armamento é a mais grave de todas. Mesmo que isso não tivesse sido o objeto inicial do inquérito, é uma coisa que se chama encontro fortuito de provas. Quer dizer, você obteve validamente a prova. Isso é de uma gravidade enorme, é a lógica de armar milícia para resistir à ação legal de autoridades constituídas”, disse Daniel em entrevista à TV GGN, na noite de domingo (24).
“O Supremo já disse que estados e municípios podem impor medidas de isolamento social, e ele [Bolsonaro] está confessando o objeto de armar a população para resistir a essas medidas. Isso constitui crime contra a Segurança Nacional.”
Sarmento lembrou que o plano de Bolsonaro não ficou na “cogitação, porque na mesma época foram editados atos que aumentaram muito e sem nenhuma fundamentação o número de munições que o cidadão comum poderia adquirir e que praticamente eliminaram a rastreabilidade de munições e armas. Isso é muito sério”, comentou.

Confira a entrevista completa Aqui.

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