sexta-feira, 22 de maio de 2020

PORQUE ACONTECEU O CAOS NA DISTRIBUIÇÃO DO AUXÍLIO EMERGENCIAL, POR LUIS NASSIF

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Até agora não foi explicado a quem interessou a abertura das contas digitais. Ou o motivo de não ter sido feito o pagamento avulso. Será que a logística de carro-forte seria mais difícil? Será que houve contrato para desenvolver os app's ou se foi feito pela área de tecnologia da caixa?



O beneficiário do auxílio emergencial é identificado pelo número do Cadastro NIS (Número de Identificação Social), da mesma maneira que os beneficiários do Bolsa Família e da garantia de safra.
Era perfeitamente possível que o auxílio emergencial fosse pago juntamente com o calendário do Bolsa Família. A norma, atualizada em 13 de abril, determinava que se o beneficiário não tivesse conta digital social, poderia sacar no caixa, assim como os beneficiários do Bolsa Família que não possuem cartão do cidadão.
No entanto, os dirigentes da caixa recorreram a diversas campanhas informando:
1- O calendário de saque para quem já recebia bolsa família;
2- I calendário de saque para quem já era inscrito no CadÚnico (que já tinha número de NIS) mas não recebia nenhum benefício;
3- Os demais casos não tiveram uma data definida de imediato, foi informado para aguardarem abertura de conta digital;


4- Quem já tinha conta na caixa ou outro banco, o crédito cairia na conta (houve falhas no crédito e algumas pessoas que tinham conta não receberam, e tiveram a conta digital aberta).
Por isso, o pessoal que se cadastrou posteriormente ficou sem saber quando iria receber, o que causou enormes aglomerações, já que as agências tinham poucos funcionários assoberbados com o dia a dia, sem tempo sequer para ler as normas internas e, por isso, tendo de seguir as orientações para que aguardassem a abertura das contas.
Chegaram a divulgar no site da Caixa que, quem não tivesse acesso à Internet, poderia fazer o cadastro nas agências, algo impossível dada a aglomeração das pessoas.


Lute.
A consequência foi um sentimento terrível de impotência dos funcionários, receio de se contaminarem com as aglomerações, tendo que atender um a um para identificar as dúvidas e passar as informações.  Bastaria o pagamento ter sido feito como no Bolsa Família para poupar sofrimentos de todos, funcionários e beneficiários.
Em vez de se valer do processo normal, as contas digitais demoraram mais de duas semanas para serem abertas, provocando filas enormes, com pessoas dominado nas calçadas até serem atendidas.
Depois das contas abertas, o saque seria feito por meio de um aplicativo Caixa Tem, com uso de token e senha de 6 dígitos) no caixa eletrônico ou lotéricas. Outra odisseia. Havia pessoas que levavam mais de uma semana para  finalizar o cadastro no outro aplicativo, que ficava congestionado. Quem tivesse problemas era orientado para ligar no número 111, que estava sempre congestionado. E quem tivesse problema com o Caixa Tem, ligasse num 0800 que disponibilizaram, porém o menu desse número ficava mudo. O que levava as pessoas a irem às agências.
Como muita gente enfrentava dificuldades, os tokens passaram a ser gerados nas próprias agências, promovendo novo massacre dos clientes e dos funcionários, tendo que preencher um formulário e tirar cópia de documentos para poder gerar o token. Quando o token não funcionava para saque no caixa eletrônico, para receber na “boca do caixa” havia a necessidade de digitalizar a documentação do cliente e preencher um formulário na agência.
A partir daí, o caos estava instalada. Houve gente que ainda não conseguiu receber nem a primeira parcela. E pessoas que tinham conta e o crédito não caiu na conta. Ainda há pessoas que tiveram o crédito em contas impeditivas para saque, ou por ser de outra agência ou por estarem com pendências de cadastro.
Até agora não foi explicado a quem interessou a abertura das contas digitais. Ou o motivo de não ter sido feito o pagamento avulso. Será que a logística de carro-forte seria mais difícil? Será que houve contrato para desenvolver os app’s ou se foi feito pela área de tecnologia da caixa?
Além disso, o sistema abriu espaço para vários tipos de fraudes.
1- beneficiários do INSS cujo cadastro não consta número de CPF;
2- cadastros efetuados por contadores de empresas (há clientes que dizem que o recurso caiu na conta e não tinham solicitado);
3- transferências do auxílio para contas de empresa.  -  (Fonte: Jornal GGN Aqui).

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A pergunta que não quer calar: E o Banco do Brasil, com toda a sua capilaridade, não poderia ter sido convocado pelas autoridades governamentais para somar forças com a CEF?

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