terça-feira, 23 de outubro de 2018
ECOS DO ESCÁRNIO
"É bom lembrar que nem os militares fecharam o Supremo Tribunal Federal. Houve cassação de mandatos de três ministros em 1969, mas não houve fechamento de tribunal, de modo que esse tipo de referência é absolutamente impróprio, inadequado, precisa ser repudiado e acho que o país tem que voltar a respirar ares democráticos, independentemente de resultado eleitoral."
(Do ministro Gilmar Mendes, do STF, a propósito dos comentários feitos meses atrás - e só agora conhecidos - pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, no sentido de que bastariam um cabo e um soldado para fechar o Supremo. Fonte: Folha - aqui.
De fato, em 1969, a ditadura militar cassou o mandato dos ministros Hermes Lima, Victor Nunes Leal e Evandro Lins e Silva - este natural da bela Parnaíba-PI.
Registre-se, por necessário, que enquanto todos os ministros do Supremo e demais operadores de Direito deploram os deboches proferidos pelo deputado Bolsonaro, o notório colunista Cláudio Humberto dá conta de que o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, "se encarregou de botar a bola no chão e afastar os excessos' [excessos das reações contra o deputado, esclareça-se] ... "'Estão exagerando', ponderou Noronha, destacando que a afirmação, desautorizada pelo candidato Jair Bolsonaro, não foi uma 'ameaça'" ... "Noronha não viu 'risco à democracia' em palavras que, para o próprio Bolsonaro, pertencem mais ao campo da psiquiatria que da política."
Pois é, o ínclito presidente do STJ nada viu de anormal. A propósito, consta que, se eleito, Bolsonaro promoverá alterações na estrutura do STF, sem contar que dois dos atuais ministros em breve entrarão na compulsória. Razão pela qual desde logo um fortíssimo candidato se apresenta: João Otávio de Noronha.
Outro candidato é Ives Gandra Martins, que, claro, recentemente visitou Bolsonaro. Mas, aí já é outra história).
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