quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A IMPRENSA E O MOMENTO PRESENTE

Os fatos se vêm sucedendo como se estivéssemos a presenciar a construção dos antecedentes, na vida real (guardadas as devidas proporções), do argumento de um filme de Constantin Costa-Gavras, o consagrado cineasta grego naturalizado francês, autor de clássicos de denúncia política como 'Z' (ditadura grega) e 'MISSING' (ditadura do Chile de Pinochet). Instituições ameaçadas, 'promessas' de guerra contra país vizinho e de boicote contra publicações diversas, sendo que o maior jornal brasileiro segue na mira do bolsonarismo, que estrila diante de qualquer reportagem, a exemplo da que denuncia a omissão, à Justiça, de detalhes de gastos do primeiro turno - aqui. O Brasil segue fora da curva, para preocupação dos defensores da democracia.
(Liberdade em suspenso).
Folha pede proteção policial contra ameaças de bolsonaristas
Brasil 247: O jornal Folha de S. Paulo pediu, por meio de uma representação feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar as ameaças feitas contra três de seus jornalistas e um diretor da empresa em razão da publicação da reportagem que revelou o esquema ilegal bancado por empresários simpatizantes da candidatura de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL) para o disparo de mensagens em massa contra o candidato do campo democrático, Fernando Haddad, e o PT (Nota deste blogveja aqui). Para o jornal, existem "indícios de uma ação orquestrada com tentativa de constranger a liberdade de imprensa".  
Desde a publicação da reportagem, no último dia 18, um dos números de WhatsApp do jornal teria recebido mais de 220 mil mensagens, por meio de mais de 50 mil contas do aplicativo, sendo que centenas delas traziam memes e ameaças contra a jornalista Patrícia Campos Mello, que assina o texto, e contra os jornalistas Wálter Nunes e Joana Cunha, que colaboraram com a reportagem. O diretor-executivo do Datafolha, Mauro Paulino, também foi alvo de ameaças, por meio do Messenger e em sua residência.
Entidades internacionais que atuam pela liberdade de imprensa, como a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), condenaram veementemente os ataques e pediram que as autoridades garantam a segurança dos profissionais.  -  (Aqui).

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