"No primeiro caderno da última edição dominical da Folha de São Paulo (22/6), uma matéria surpreendente: 'Prenúncio de que a Copa seria o fim do mundo não aguentou 3 dias'. Assinada pelo colunista Nelson de Sá, a matéria surpreende qualquer um que lê a imprensa brasileira por ter 'empurrado' para a imprensa estrangeira um pecado da imprensa brasileira. O colunista atribui à imprensa estrangeira as previsões negativas sobre a Copa no Brasil.
O caradurismo não é só desse jornalista, mas do próprio jornal – um mea-culpa sobre a cobertura da organização da Copa de 2014 seria imperativo diante daquela que, de fato, está sendo a 'Copa das Copas'. E não só pela boa organização do evento, mas pelo que se vê em campo.
A infraestrutura tem funcionado tão bem quanto a que seria esperável em qualquer país do dito 'Primeiro Mundo', os jogos são emocionantes, o nível técnico tem sido altíssimo, o futebol latino-americano vai se impondo sobre o do resto do mundo, levando incontáveis nações das Américas a um verdadeiro orgasmo desportivo.
Eis o que ninguém previu. Ou melhor, eis o que aqueles que previram não puderam dizer devido a uma literal censura da grande imprensa a qualquer ponderação sobre os exageros que estavam sendo cometidos pela imprensa e por partidos de oposição de direita e de esquerda, os quais enganaram os brasileiros com afirmações falsas sobre o financiamento da Copa e sobre problemas corriqueiros em qualquer grande evento.
Como foi previsto neste blog por incontáveis vezes, os profetas do apocalipse deram com os burros n’água. Aqui sempre foi dito que a Copa começaria, tudo estaria pronto e funcionando e que os que previam o contrário ficariam com a brocha na mão.
Não é por outra razão que na mesma Folha de São Paulo, escondida na coluna 'Painel', uma notinha de apenas uma frase, mas que tem um potencial político imenso, revela que chegou a hora de Dilma capitalizar seu bom trabalho. Abaixo, o texto da Folha:
De virada
Assessores do Planalto estão exultantes com pesquisa interna que afirma que 60% dos brasileiros consideram a Copa boa ou ótima até agora
Qual o efeito eleitoral disso? Na avaliação do Planalto, é expressivo. Tão expressivo que a Folha detectou e, visando se distanciar do alarmismo que promoveu ao lado de outros grandes meios de comunicação, publicou essa reportagem de Nelson de Sá, na tentativa vã de fazer seus leitores de besta ao empurrar-lhes a versão de que o catastrofismo desportivo-organizacional partiu do exterior e não daqui mesmo, do Brasil.
A matéria em questão foi econômica ao relatar as análises que estão sendo feitas em toda parte do mundo sobre a capacidade do país de organizar um evento desse calibre. Uma das matérias da imprensa estrangeira citadas pela Folha é de autoria de Sam Borden, correspondente esportivo do diário norte-americano The New York Times na Europa. No último dia 17, Borden qualificou a Copa no Brasil como 'sucesso incrível' em artigo que ironiza o noticiário sobre o evento, chamando-o de 'previsão do dia do juízo final'. (...)."
(Eduardo Guimarães, em seu blog, post intitulado "'Sucesso incrível' da Copa (by The New York Times) melhora aprovação de Dilma").
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