sábado, 21 de maio de 2011

VINTE ANOS SEM O POLÊMICO TARSO DE CASTRO


Por Brizola Neto

O Tijolaço (http://www.tijolaco.com) faz hoje (ontem, 20), dia em que se completam 20 anos de sua morte, uma homenagem a um grande jornalista e um homem permanentemente apaixonado: Tarso de Castro. Tarso, com todo o merecimento, é lembrado como criador, entre outras publicações, do O Pasquim, que se tornou símbolo de irreverência carioca ante a ditadura.

Mas o carioquíssimo Tarso era gaúcho, e de Passo Fundo…

Havia, entre ele e meu avô, uma admiração enorme e mútua, embora de vez em quando se trocassem farpas.

Então, em homenagem a Tarso, conto aqui que, muitos anos antes do O Pasquim, Tarso também participou da criação de um jornal polêmico.

Era Panfleto, que se definia cono “o jornal do homem da rua”, dirigido pelo grupo de esquerda que Leonel Brizola liderava e se expressava na Frente de Mobilização Popular.

Em fevereiro de 1964, e com Tarso como secretário de redação e grande animador (e carregador de piano) da publicação, o jornal nasceu, enfrentando tanto as posições de Carlos Lacerda quanto o que considerava as vacilações do governo Jango.

Durou só um mês e meio, mas chegou, segundo o magnífico trabalho de pesquisa do professor Jorge Ferreira, da Universidade Federal Fluminense, chegou a circular entre 200 e 500 mil exemplares.

No dia do golpe, a polícia de Lacerda invadiu e incendiou a redação do Panfleto. Ainda bem, porque numa sala próxima, que também pegou fogo, estava parte das fichas dos famosos Grupos dos Onze. Muita gente, certamente, escapou da prisão, da tortura e até da morte pela selvageria incendiaria do lacerdismo.

Fica assim, contado um pedacinho pouco lembrado da história do Tarso, a homenagem da gente ao grande jornalista, de uma combatividade e rebeldia que fazem falta nos dias de hoje.

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