Li, agora cedo, os termos das declarações do ex-diretor da PF. Maurício Valeixo, colhidas no inquérito que apura intromissão ilegal de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
E a conclusão é a de que Sérgio Moro está cada vez mais “pendurado” no vídeo da sessão de horrores grotescos da reunião ministerial do dia 22 de abril, onde o clima de botequim comandado pelo “Coiso” se explicitaria de forma constrangedora.
Porque do depoimento de Valeixo não sai nada que possa comprometer Bolsonaro, vejam:
Perguntado: Qual é sua definição de interferência política na Polícia Federal?, respondeu QUE para o depoente a partir do momento em que há uma indicação com interesse sobre uma investigação específica, estaria caracterizada uma interferência política, o que não ocorreu em nenhum momento sobre o ponto de vista do depoente;
QUE em duas oportunidades, uma presencialmente, outra pelo telefone, o Presidente da República teria dito ao depoente que gostaria de nomear ao cargo de Diretor Geral alguém que tivesse maior afinidade, não apresentando nenhum problema com o depoente;
QUE foi esclarecido pelo Presidente que não havia nenhum problema contra a pessoa do depoente;
QUE o depoente registra que o presidente nunca tratou diretamente com ele sobre a troca de superintendentes, nem nunca lhe pediu relatórios de inteligência ou informações sobre investigações ou inquéritos Policiais;
(…)
Perguntado: Dr. Valeixo, na visita que o senhor fez ao Palácio do Planalto, na qual foi feita uma apresentação sobre o caso Adélio, o senhor confirma que o Presidente da República não esboçou nenhuma contrariedade expressa sobre a apresentação dos trabalhos investigativos?, respondeu que o Presidente não manifestou qualquer contrariedade naquela oportunidade;
Perguntado: Dr. Valeixo, a tentativa do Ministro Moro em lhe aproximar do Presidente da República, em agosto de 2019, tinha qual finalidade?, respondeu que quem poderia prestar maiores esclarecimentos a esse respeito seria o ex-Ministro Moro, mas que o depoente compreendeu que o objetivo era criar uma relação de proximidade entre o Diretor Geral e o Presidente da República.
QUE em duas oportunidades, uma presencialmente, outra pelo telefone, o Presidente da República teria dito ao depoente que gostaria de nomear ao cargo de Diretor Geral alguém que tivesse maior afinidade, não apresentando nenhum problema com o depoente;
QUE foi esclarecido pelo Presidente que não havia nenhum problema contra a pessoa do depoente;
QUE o depoente registra que o presidente nunca tratou diretamente com ele sobre a troca de superintendentes, nem nunca lhe pediu relatórios de inteligência ou informações sobre investigações ou inquéritos Policiais;
(…)
Perguntado: Dr. Valeixo, na visita que o senhor fez ao Palácio do Planalto, na qual foi feita uma apresentação sobre o caso Adélio, o senhor confirma que o Presidente da República não esboçou nenhuma contrariedade expressa sobre a apresentação dos trabalhos investigativos?, respondeu que o Presidente não manifestou qualquer contrariedade naquela oportunidade;
Perguntado: Dr. Valeixo, a tentativa do Ministro Moro em lhe aproximar do Presidente da República, em agosto de 2019, tinha qual finalidade?, respondeu que quem poderia prestar maiores esclarecimentos a esse respeito seria o ex-Ministro Moro, mas que o depoente compreendeu que o objetivo era criar uma relação de proximidade entre o Diretor Geral e o Presidente da República.
Embora Valeixo evidentemente saiba qual é o interesse de Bolsonaro na Superintendência do Rio de Janeiro, não quis ou não pôde, por falta de provas, falar qual era.
Como Moro também não disse, o que há, até agora, é uma “interferência” de Bolsonaro em relação à qual ninguém aponta o motivo. E que, portanto, fica apenas como opinião.
É por isso que o vídeo – ou ao menos sua transcrição – vai 'vazar'." - (Fernando Brito, em seu Tijolaço - Aqui).
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O fato de o senhor Moro haver perdido a condição de super ministro em face da ascensão do ministro Mandetta pode ter pesado na forma como ele, Moro, passou a ser tratado por seu(s) superior(es). Até em reuniões ministeriais plenárias ele passou a 'levar pitos'; imaginem 'em privado'. Quando a relevância se vai, o que já era ruim fica deprimente. De parte a parte.
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O fato de o senhor Moro haver perdido a condição de super ministro em face da ascensão do ministro Mandetta pode ter pesado na forma como ele, Moro, passou a ser tratado por seu(s) superior(es). Até em reuniões ministeriais plenárias ele passou a 'levar pitos'; imaginem 'em privado'. Quando a relevância se vai, o que já era ruim fica deprimente. De parte a parte.
Agora, vamos à guerra de narrativas, cada um com sua versão.
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