domingo, 17 de maio de 2020

COAF DIZ QUE PF SABIA DE MOVIMENTAÇÃO DE QUEIROZ ANTES DA ELEIÇÃO DE 2018


Um relatório elaborado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) confirma e reforça a entrevista concedida pelo empresário Paulo Marinho, onde ele afirma que a Polícia Federal sabia das irregularidades envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O documento trata de casos de movimentação financeira fora do padrão por parte de servidores da Alerj, e foi elaborado em janeiro de 2018 pelo Coaf e apresentado ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, e integra a documentação que deu origem à chamada operação da PF “Furna da Onça”.
Segundo o jornal O Globo, o relatório explica que estavam ali relacionados casos de servidores e ex-servidores da Alerj com movimentação financeira incompatível com a renda entre 2016 e 2017. O documento tem mais de 400 páginas.
Fabrício Queiroz é citado em tabela com registro de operação fora do padrão no total de R$ 1,2 milhão, com a indicação “gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro”. A movimentação financeira é detalhada ao final do documento.
Quando a operação Furna da Onça foi deflagrada pela Polícia Federal, o nome de Queiroz não foi citado nos primeiros despachos, mas o documento do Coaf é indicativo de que o caso envolvendo seu nome já era conhecido pelos investigadores.
Neste domingo, Paulo Marinho declarou em entrevista à jornalista Monica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, que Flávio Bolsonaro recebeu informações vazadas pelo delegado da PF, afirmando que Queiroz era um dos alvos da investigação.
Outro detalhe a ser considerado: a Operação Furna da Onça era um desdobramento da Operação Cadeia Velha, iniciada em 2017 para investigar irregularidades na gestão de Sérgio Cabral. Quem estava à frente da operação desde o início era o delegado Alexandre Ramagem – que, no início de 2018, foi deslocado para a área de Recursos Humanos da PF e, no fim do ano, passou a integrar a equipe de segurança do então presidente eleito Jair Bolsonaro. (Aqui). 

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.Notas deste Blog: 
1. A jornalista Thaís Oyama informa - Aqui - que "O delegado da Polícia Federal que vazou as informações sigilosas aos Bolsonaro não é o delegado Alexandre Ramagem, que o presidente quis nomear no mês passado para a diretoria geral da corporação. O policial (que, como Ramagem, atuou na Operação Furna da Onça) é conhecido na corporação por um apelido."
2. A repercussão (segundo o Conversa Afiada - Aqui):

Fernando Haddad (PT), candidato a presidente derrotado por Bolsonaro: "Conforme suspeita, suplente de Flavio Bolsonaro confirma que PF alertou-o, entre o 1° e o 2° turno, de que Queiroz seria alvo de operação, que foi postergada para evitar desgaste ao clã durante as eleições. Isso se chama fraude!", escreveu em uma rede social.
O senador Humberto Costa (PT-PE), no Twitter, questionou: "Entenderam o interesse de Bolsonaro na PF do Rio de Janeiro?".
O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) sugeriu a instalação de uma CPI para investigar o caso. "Bolsonaro havia dito que as eleições tinham sido fraudadas. Ele tinha razão, mas quem participou de fraude foi a família dele. As evidências estão aí: as eleições de 2018 foram manipuladas para favorecer o atual presidente! CPI já para investigar".
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, disse que "A matéria da Folha revela que a interferência de Bolsonaro e de sua família na Polícia Federal, já ocorria antes mesmo do início de seu governo. As revelações feitas por Paulo Marinho são gravíssimas!"

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Como se não bastassem a 'mãozinha' (eventualmente) dada pelo justiceiro Moro para 'alavancar' Bolsonaro na campanha eleitoral, somada ao Escândalo WhatsApp (Aqui), com suas enxurradas de fake news.

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