sábado, 28 de março de 2015

OS SIMPSONS E A MÍDIA


Os Simpsons e a regulamentação da mídia

Por Marcelo M. Benedito

Sou fã do desenho animado “Os Simpsons”. Adoro a crítica ácida que fazem da sociedade americana.
Ontem, assisti um episódio que mostrava a manipulação da mídia no que se refere à cobertura política. O alvo principal era a sua irmã de corporação, FOX News. A cobertura do canal de notícias é declaradamente simpatizante dos republicanos conservadores (mais à direita).

No episódio, um apresentador do telejornal local é entrevistado por executivo da FOX News para uma vaga de emprego. Entre suas atribuições, sempre que um congressista republicano estivesse envolvido em algum escândalo, deveria utilizar um controle remoto que manipularia a imagem e a legenda da notícia, atribuindo o escândalo a um democrata vestido de muçulmano.

Tanto lá, como cá, a mídia tem suas preferências políticas e tenta usar seu poder de manipulação para confundir o cidadão. Mas existem duas diferenças básicas: Primeiro, a mídia assume seu engajamento político-partidário, e não posa de “isenta”. Em segundo lugar, os veículos de comunicação não são dominados por apenas uma linha política. Na TV, a militância midiática tem a FOX News à direita, e a NBC mais progressista e democrata, beirando a esquerda. Entre esses, uma série de outros canais com posturas mais moderadas.

Aqui... Toda a mídia é controlada por uma elite conservadora, que demoniza a esquerda e diz seguir uma cobertura isenta. A verdade é que os jornalistas mais progressistas foram lenta e constantemente expulsos da grande mídia, e exilados no ciberespaço.

Nesses tempos de debate sobre a regulamentação da mídia, a terra caótica e insana de “Os Simpsons” mostra que existem terras ainda mais caóticas e insanas ao sul do Equador. (Fonte: aqui).

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Faltou dizer que nos EUA (e Inglaterra - para o foco não ser exclusivo da Metrópole) existe regulamentação da mídia: nos EUA, por exemplo, um grupo econômico-midiático não pode deter o domínio simultâneo (em cada estado) de rádios, jornais e televisão; na Inglaterra, pacote de normas reguladoras começou a vigorar depois do escândalo Murdoch, envolvendo crimes de espionagem contra autoridades e personalidades diversas.

No Brasil, qualquer iniciativa no sentido de regulamentar a mídia é encarada como bolivarianismo, e se alguém argumentar que a legislação mais recente sobre comunicação é de 1962, ou que a Constituição Federal de 1988 recomenda expressamente a regulamentação de dispositivo nela traçado sobre o assunto, os donos da mídia e seus beneficiários simplesmente permanecerão indiferentes. (Além de indiferentes, permanecerão tranquilos: sabem que qualquer regulamentação terá, claro, de passar pelo Congresso, e poder Executivo fraco nada consegue naquela instância. Eis um dos 'méritos' de empenhar-se para manter o governo federal nas cordas...).

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