terça-feira, 24 de março de 2015

DO JORNALISMO OPINATIVO


Articulistas midiáticos

Lançamos agora um estudo especial sobre os textos de opinião publicados nos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo.

Nesta nova sessão, apresentamos gráficos com os nomes dos dez colunistas/articulistas que mais frequentemente citaram personagens de grande destaque no noticiário político nacional – os partidos PT, PMDB e PSDB, o governo federal e a presidente Dilma Rousseff. Optamos por apresentar primeiro os dados agregados em uma série temporal e depois separados por jornal. Desta maneira podemos avaliar comparativamente o comportamento de cada meio e também o efeito agregado de sua produção. Os gráficos revelam as valências neutras, favoráveis e contrárias dos textos para cada personagem.

Na série temporal agregamos os artigos e colunas das páginas de opinião dos três meios relativos à situação. Para tal, agregamos os dados para Dilma, Governo Federal e PT em uma só variável, mantendo a classificação dos textos por valência.

Ao contrário dos rituais de apresentação das reportagens, que pretendem imputar um aspecto de neutralidade aos textos jornalísticos, os artigos de opinião tomam lado. Isto é, os editores dos jornais sabem a posição dos colunistas e articulistas convidados acerca dos assuntos tratados. Assim, fica a seu critério escolher balancear ou não as opiniões que o jornal publica sobre esse ou aquele assunto ou personalidade política. Será que os editores dos grandes jornais tentam equilibrar as opiniões que publicam? Será que o perfil das valências é similar para todos os personagens políticos examinados? Quem são os colunistas/articulistas que mais opinam contra ou a favor do Governo, de Dilma ou do PT? (Fontes: aqui e aqui).

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Parece natural que colunistas como os citados no gráfico escrevam preferentemente (ou até exclusivamente) artigos de cunho oposicionista. Afinal, o direito de opinião é soberano. Quem poderá imaginar um artigo simpático - ou, digamos, compreensivo - à situação de autoria de... Marco Antônio Villa? Claro que ninguém, e isso, reafirmo, é natural. Quanto ao jornal, ao veículo, não; a pluralidade de opiniões deve ser buscada, e o veículo, se assim entender, registrará em editoriais as posições 'pessoais' (do veículo), como fez o jornal Estadão na eleição presidencial 2014.
 
Agora, deplorável, mesmo, é uma empresa jornalística vangloriar-se de exercitar preceitos constitucionais sobre direito à informação, liberdade de opinião e que tais, chegando muitas vezes a ostentar alentado Código de Ética Jornalística (assim mesmo, com maiúsculas), e na prática distorcer escancaradamente determinados fatos, omitir o que julgar conveniente, selecionar o que lhe apetecer, enfim, agir inescrupulosamente.

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