Que o sistema financeiro mundial está abalado em razão das escaramuças mercadológicas capitaneadas por banqueiros e corretores americanos (com o beneplácito da SEC-Securities and Exchange Commission) já sabiamos.
Que grandes corporações, além de bancos, se afogaram no mar de cupidez da ciranda especulativa também não é novidade.
Que empresas de médio e grande portes de países em desenvolvimento (como o Brasil) também entraram no clima dos "ganhos altos, constantes e ascendentes", como prometia Madoff, por exemplo, para acabarem por dar com os burros n'água (e, pior, sem poder chiar, já que agiram ao arrepio da lei local), é notório.
Que o bom e velho Estado entrou em campo com seu saco (e que saco!) de dólares para cobrir os rombos das destemidas porém pré falidas empresas privadas, jóias do livre mercado, é de domínio público.
Que nesta data, 16, o Citigroup e o Bank of America foram premiados pelo Tesouro Americano com mais US$ 400 bilhões em garantia de ativos para cobrir/prevenir crateras, recebendo (agora ou no futuro) ações ordinárias e/ou preferenciais a cotações no valor atual (livres, portanto, do impacto do anúncio de resultado negativo no último trimestre do ano), quem leu os porta-vozes da mídia ficou sabendo - mas sem qualquer surpresa, visto que essa ação do Estado virou rotina.
Agora, o Federal Reserve de Nova York passar a conceder "empréstimos sem a necessidade de devolução" para grupos em dificuldades (como os dois acima citados), essa eu confesso que não conhecia. Ao fim e ao cabo, trata-se de "empréstimo em espécie para posterior conversão em ações por cotação vigente antes do desastre". A certeza absoluta, nada obstante, é a seguinte: com os empréstimos sem a necessidade de devolução o Estado americano pode até estar sendo pródigo, mas sem dúvida mostra o quanto é criativo: criou a inadimplência zero.
Cada vez mais criativos, esses agentes econômicos. Tudo, afinal, tem um lado bom: do fracasso do livre e desregulamentado mercado nasce a luz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário