quinta-feira, 20 de outubro de 2022

MORO DESMORALIZOU DE VEZ A LAVA JATO AO SE ALIAR A BOLSONARO, APONTA EDITORIAL DO ESTADÃO

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Jornal diz que o ex-juiz suspeito corrompeu o Poder Judiciário para perseguir adversários e favorecer seus aliados políticos


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247:
O ex-juiz suspeito Sergio Moro, que quebrou praticamente todas as construtoras brasileiras, desempregou 4,4 milhões de trabalhadores, criou as condições econômicas para o golpe de estado de 2016 e prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para eleger Jair Bolsonaro, de quem recebeu como recompensa o Ministério da Justiça, desmoralizou a Lava Jato. Esta é a posição do jornal Estado de S. Paulo, que publica hoje seu mais duro editorial contra o ex-juiz suspeito.

"Ao apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro, depois de ter dito tudo o que disse ao País sobre o modo como o atual presidente da República tenta escapar das consequências da lei, o agora senador eleito pelo Paraná transmite a mensagem de que a lei não vale para todos – alguns teriam o privilégio de não responder pelos seus atos – e de que a política deve prevalecer sobre a lei – o interesse político autorizaria amenizar os efeitos da lei", aponta o editorialista.

"O caso é um inteiro absurdo. O atual comportamento de Sérgio Moro não é contraditório com o que outros disseram a respeito do governo Bolsonaro, e sim com o que ele mesmo sempre disse. Foi o próprio ex-juiz que, em abril de 2020, narrou ao País várias tentativas de Jair Bolsonaro para interferir na Polícia Federal (PF), coisa que, segundo Sérgio Moro, 'a despeito de todos os problemas de corrupção dos governos anteriores', não tinha acontecido durante a Lava Jato. Nos governos petistas, 'foi garantida a autonomia da Polícia Federal', e 'isso permitiu que os resultados (da Lava Jato) fossem alcançados', disse."

Além disso, ao ignorar os muitos indícios de lavagem de dinheiro envolvendo a família Bolsonaro – 51 imóveis cuja compra envolveu dinheiro vivo –, Sérgio Moro ajudou a reforçar a tese dos detratores da Lava Jato: a de que as lideranças da Operação nunca estiveram de fato interessadas no cumprimento da lei, mas apenas em perseguir opositores políticos. Os inimigos da Lava Jato não são o PT, o Supremo Tribunal Federal ou Romero Jucá, político que, em 2016, foi flagrado defendendo a necessidade de “estancar a sangria”. "É o próprio Sérgio Moro quem, de forma sistemática, desmoraliza e desautoriza o trabalho da Lava Jato", escreve ainda o editorialista. "Agora, ao participar do núcleo da campanha de reeleição de Bolsonaro – justamente quem o teria impedido de realizar seu trabalho de combate à corrupção na pasta da Justiça –, Sérgio Moro diz que a lei é só para os inimigos e que, na política, vale tudo. É a antítese perfeita da mensagem renovadora da Lava Jato", finaliza. - (Aqui).

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Onyx Lorenzoni, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, era ministro do governo Bolsonaro. Sérgio Moro, que há certo tempo havia desmoralizado a Magistratura e o Poder Judiciário, era o incensado superministro da Justiça do mencionado governo. Numa coletiva, Moro foi indagado sobre o fato de Onyx Lorenzoni haver recebido dinheiro 'espúrio'  em passado recente e até aquela data permanecer impune. 'Como o senhor explica isso, ministro Moro?'. Ao que Moro, olhos cerrados (como que revelando desconforto): 'Ele pediu desculpas!'. E nada mais falou, nem lhe foi perguntado. 
Tempos depois surgiu nova acusação contra Onyx, similar à primeira: grana. O desfecho? Desconhecemos. Mas o Moro ainda reinava por lá.

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ADENDO

.DICA DE LEITURA

"QUEM É O DOCUMENTARISTA*
EXPULSO DO 'ZAP' APÓS DISCUSSÃO
COM SERGIO MORO"  -  Uol - Aqui.

(* = Diretor de "Contra o golpe", curta-metragem sobre os atos pró-democracia de agosto no Largo São Francisco, em São Paulo, o documentarista brasiliense Lucas Mesquita criticou a reconciliação entre Bolsonaro e Moro, revelada com a presença do ex-ministro nos bastidores do debate realizado por UOL, Band, Folha e TV Cultura no domingo (16). A crítica foi feita no "Parlatório", um grupo de WhatsApp composto por cerca de 250 empresários, intelectuais, jornalistas, publicitários e políticos — entre eles, o próprio Moro.

Lucas Mesquita é o roteirista de "Bolsonaro e Moro: uma história de amor", uma composição simples de 3 minutos com declarações da aliança celebrada pelos políticos em 2018, do rompimento conturbado em 2020, e do recente retorno.

Além disso, Lucas apostou no documentário "Eles poderiam estar vivos", longa-metragem 'feito na força do ódio', crítico à condução da pandemia no Brasil, que estreou em 22 de setembro. 'Quem matou nossos amores não pode permanecer no poder', diz o convite para um ato que o documentarista organizou junto a diversos parceiros, entre eles a Avico [Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19] nesta quinta-feira (20), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. 'Dia 30, vote por eles.').

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