sexta-feira, 11 de setembro de 2020

FUNDO DENUNCIA FALTA DE TRANSPARÊNCIA NA VENDA DE CARTEIRA DE CRÉDITO DO BB AO BTG PACTUAL

.
- I -
Informação confidencial recebida pela ANABB reforça pedido de investigação a órgãos de controle.


Da ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil)

A controvertida venda pelo Banco do Brasil ao BTG Pactual de uma carteira de crédito em dívidas avaliada em R$ 2,9 bilhões e negociada por R$ 371 milhões ganhou um novo lance. A partir de informação confidencial recebida de um fundo que atua neste segmento de mercado, a ANABB reforçou aos órgãos de controle a necessidade da devida apuração dos fatos.
A Associação solicitou junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Banco Central (BC) que examinem se houve ampla concorrência na negociação e se os valores da operação estão de acordo com os valores praticados no mercado. Com isso, pretende dar transparência à negociação e avaliar sua legalidade, de modo a evitar prejuízos à instituição e aos acionistas.
A atuação da ANABB em defesa do Banco do Brasil segue recebendo destaque na imprensa. A coluna Broadcast do jornal O Estado de S. Paulo, por exemplo, publicou nesta quarta-feira, dia 9 de setembro, texto destacando que a Associação solicitou ainda em julho, tanto ao TCU quanto à CVM, investigação sobre a venda da carteira de créditos pelo Banco do Brasil. Agora, a solicitação foi feita também ao Banco Central.
“A principal alegação da ANABB é a de que não houve concorrência no processo de cessão da carteira, já que a venda não foi feita por meio de leilão. Ao reiterar o pedido e chamar o BC para investigar o caso, encaminhou simultaneamente o testemunho de um fundo, com mais argumentos à tese de uma suposta falta de ‘transparência’”, informou o jornal.
“O fundo, que quer ser mantido no anonimato, questiona a resposta do BB, na qual alega ter apresentado a carteira a quatro empresas especializadas e escolheu a que apresentou a melhor proposta de pagamento. O denunciante disse que a praxe do mercado para a venda de uma carteira tão grande é por meio de leilão. Há mais de 20 empresas atuantes nesse mercado, incluindo fundos internacionais”, continuou o texto.
Ao ser procurada pelo jornal para explicar o fato, a gestão do BB confirmou o passo a passo já informado sobre a negociação e lembrou que a operação foi acompanhada pela empresa Pricewaterhouse Coopers. Veja abaixo a íntegra do texto publicado na coluna.
A ANABB seguirá informando seus associados sempre que houver novos fatos relacionados à operação entre BB e BTG Pactual. Também seguirá firme na defesa do BB.
(Para continuar, clique Aqui).

................
.Nota deste Blog:
O que dissemos no post "Justiça manda Jornal GGN silenciar sobre BTG Pactual" - Aqui -, publicado em 30.08.20:

"Para entender o que ocorre, sugerimos a leitura de dois posts do Jornal GGN, ambos reproduzidos neste Blog, o segundo deles intitulado 'Funcionários do BB pedem investigação sobre venda de créditos de R$ 2,9 bilhões por R$ 371 milhões para o BTG Pactual', no qual aludimos ao primeiro, 'A estranha venda de créditos podres do Banco do Brasil ao BTG Pactual' - Aqui."

................

- II -
Compra de carteira de crédito do BB pelo BTG pode dar lucro de R$ 1,7 bilhão ao ex-banco de Guedes



Por Fabíola Salani (Revista Fórum)

A carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões que o Banco do Brasil vendeu ao BTG Pactual por R$ 371 milhões tem potencial de recuperação de 70%. Além disso, a maior parte dela é composta por financiamentos imobiliários, ou seja, em caso de inadimplência, imóveis podem ser tomados para quitar os empréstimos. A revelação foi feita à Fórum por uma fonte do mercado financeiro que avaliou a carteira nos últimos anos.

Se a avaliação de 70% de recuperação feita por essa fonte se concretizar, o BTG vai receber R$ 2,03 bilhões ao final, ou R$ 1,659 bilhão a mais do que pagou pela carteira.

[...]

À Revista Fórum, o Banco do Brasil informou, em nota, que “os créditos cedidos referem-se a operações que estavam inadimplentes, em média, há mais de seis anos. Do total, 98% já estava lançado em prejuízo e os 2% restantes contavam com provisões. Além disso, trata-se de um portfólio de operações ajuizadas, com processos judiciais iniciados há até 15 anos” (leia nota completa abaixo).
A mesma fonte revela que esses créditos imobiliários foram tomados por ex-funcionários do próprio BB, que deixaram o banco em PDVs nos anos 1990 e 2000.
Se a avaliação de 70% de recuperação feita por essa fonte se concretizar, o BTG vai receber R$ 2,03 bilhões ao final, ou R$ 1,659 bilhão a mais do que pagou pela carteira.
À Revista Fórum, o Banco do Brasil informou, em nota, que “os créditos cedidos referem-se a operações que estavam inadimplentes, em média, há mais de seis anos. Do total, 98% já estava lançado em prejuízo e os 2% restantes contavam com provisões. Além disso, trata-se de um portfólio de operações ajuizadas, com processos judiciais iniciados há até 15 anos” (leia nota completa abaixo).
A negociação suscitou dúvidas e preocupações tanto do Sindicato dos Bancários de SP quanto da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB).
À Revista Fórum, o Banco do Brasil informou, em nota, que “os créditos cedidos referem-se a operações que estavam inadimplentes, em média, há mais de seis anos. Do total, 98% já estava lançado em prejuízo e os 2% restantes contavam com provisões. Além disso, trata-se de um portfólio de operações ajuizadas, com processos judiciais iniciados há até 15 anos” (leia nota completa abaixo).
A negociação suscitou dúvidas e preocupações tanto do Sindicato dos Bancários de SP quanto da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB).

Questionamento

Baseado nos pontos levantados pelo sindicato e pela ANABB, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) fez um amplo questionamento ao Banco do Brasil. No ofício ele pergunta, por exemplo, se o processo de cessão da carteira assegurava ampla concorrência. Quais tinham sido os critérios para a escolha do BTG para comprar a carteira. A composição da referida carteira de crédito. Como foi atribuído o preço de venda a ela. Por fim, ele pedia ainda o comparecimento do presidente do Banco do Brasil à Câmara para esclarecimentos.
Só que, nesse meio tempo, Rubem Novaes deixou a presidência do banco, ao final de julho. As respostas ficaram então só por conta do ofício. “Mas algumas foram bem evasivas… Na nossa avaliação, elas deixaram muitas lacunas sem responder”, considera o deputado. (...).
(Para continuar, clique Aqui).

Nenhum comentário: