terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A CHINA 'DESTRUIU' O BRASIL COM DOIS GOLPES FATAIS (OU NÃO)

(Xangai)
A China 'destruiu' o Brasil com dois golpes fatais 
Por Paulo Gala
A China deu dois golpes fatais no Brasil nos últimos 20 anos. Por um lado desalojou nossa indústria no mercado interno e no mercado mundial com custos baratos, dumping, câmbio ultra competitivo e escalas de produção sem precedentes. 
Por outro lado, ao consumir nossa soja e nosso minério de ferro forçou nossa especialização produtiva nesse sentido, ampliando os mecanismos de doença holandesa.
(Nota deste blog: "A doença holandesa é a sobreapreciação permanente da taxa de câmbio de um país resultante da existência de recursos naturais abundantes e baratos - ou de mão-de-obra barata combinada com um diferencial de salários elevado - que garantem rendas substanciais aos países que os possuem e exportam as commodities com eles produzidos" - Bresser Pereira e outros, aqui). 
(Em face da doença holandesa)... Desmontamos nossas indústrias e nos tornamos meros fornecedores da matérias-primas brutas e importadores de bens industriais da China. O dumping cambial chinês foi encontrado aqui com sobrevalorização de nossa moeda graças ao boom de preços das commodities provocado pela própria China. Lembrando que em 1980 nossa produção industrial era maior do que a chinesa e coreana somadas e que individualmente exportávamos mais do que cada um desses países. A China “destruiu” o Brasil!
Assista a aula sobre o tema, clicando (aqui). 
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"A China 'destruiu' o Brasil", ou o Brasil foi quem se deixou 'destruir', fascinado  pelos ganhos convidativos, porém negligenciando suas políticas comerciais/industriais? Ou foram ambas as coisas?

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O leitor Nicolas Crabbé não teve papas na língua (aqui): "Desde o Plano Real, a política cambial sempre foi usada no Brasil como arma contra a inflação. Seja nos governos de Fernando Henrique ou de Lula, uma política de juros reais escorchantes e um câmbio supervalorizado destruíram a indústria com muito mais competência do que o dumping da China. Se o Brasil não teve capacidade para evitar os efeitos perversos da bonança das commodities, não vale culpar os chineses por isso."

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