(Professora Eloísa Machado, da FGV-SP)
Meio da tarde, a Globo News mobilizada em face da decisão do ministro Marco Aurélio determinando a suspensão das prisões após condenação em segunda instância. Eis que a âncora anuncia entrevista de uma das repórteres com ELOÍSA MACHADO, professora de Direito Constitucional na Fundação Getúlio Vargas (SP).
Tratava-se da entrevista número dois, sendo que o primeiro entrevistado criticara Marco Aurélio, ministro-relator de duas ADCs (Ações Diretas de Constitucionalidade) que questionam o STF sobre a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, que cuida de prisões. ADCs, aliás, que desde dezembro de 2017 estão aptas a julgamento e até hoje aguardam inclusão na pauta do Supremo.
Inicia-se a entrevista, tudo nos conformes: perguntas de praxe, respostas óbvias. É então que a repórter entra na área que interessava:
- A senhora considera que o ministro Toffoli, presidente e plantonista do STF, poderá suspender a liminar do ministro Marco Aurélio?
A resposta foi algo como:
- Bem, a matéria envolve CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, não sendo passível de deliberação por parte do presidente, mas do próprio PLENÁRIO do Supremo!
Nesse exato momento, entra a voz da âncora:
- Atenção, vamos a uma rápida interrupção, pois a repórter Fulana de Tal está no local em que procuradores da República concederão entrevista. Atenção, Fulana!
A Fulana, coitada, entra no ar, atarantada, o som falhando, o recinto praticamente vazio, até que a própria âncora a socorre, cortando a cena.
Entra então uma nova matéria, e outra, e outra.
E quanto à retomada da entrevista com a professora Eloísa Machado?
Nada.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
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