Briga por delações e mudança de delegados implodiu a Lava Jato
Jornal GGN
A Lava Jato em Curitiba foi minada por "múltiplos fatores", mas os dois principais são: o fim da força-tarefa exclusiva da Polícia Federal, imposto no governo Temer, e, antes disso, a disputa entre procuradores da República e delegados em torno das delações premiadas.
Reportagem do Estadão deste domingo (13) divulgou que, na visão dos procuradores, "a origem do problema é o esvaziamento – de 9 para 4 delegados – da polícia, que teria sido provocado pelo governo Michel Temer, na tentativa de frear as investigações [contra políticos]. O presidente tem negado qualquer interferência."
Já do lado da PF, "o principal fio desencapado (...) é a falta de entendimento entre as duas corporações sobre quem tem competência para firmar acordos de delação premiada."
Em 2016, Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público Federal, não só expulsou a PF da delação da Odebrecht como entrou no Supremo Tribunal Federal para cancelar a participação de delegados na negociação de acordos de cooperação, previsto na lei de organizações criminosas, de 2013.
Há algumas semanas, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que a operação em Curitiba está entrando na maturidade, caminhando rapidamente para a velhice, quase na reta final. Ele disse que a investigação deve morrer por falta de assunto ou recursos. - (Aqui).
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Falta de assunto? É certo que a "parte realmente prioritária" para os senhores patrocinadores, com foco obsessivo em um determinado partido político, pode haver chegado ao ápice, mas há a real possibilidade de outras vertentes se abrirem, envolvendo pessoas e instituições julgadas, digamos, virtuosas. Veja-se, por exemplo, o contido no post "Os segredos do MyWebDay da Odebrecht" - AQUI -, reproduzido ontem, 12, por este blog, sobre o qual dissemos:
"Espera-se, claro, que os doutos procuradores cuidem no sentido de que as reproduções dos dados recuperados sejam completas e fidedignas. Por oportuno, cumpre dizer, ainda: Eis uma boa dica para certas revistas semanais que tanto se esmeram na arte de esmiuçar escândalos: levem ao público os dados completos disponibilizados pela Suíça, contemplando "as ordens de pagamentos não somente a políticos, como também integrantes do Judiciário, diplomacia e tribunais de contas... podendo as planilhas e documentos indicar nomes de beneficiários de recursos ilícitos que ainda não foram investigados".
Adendo (Em 13.08)
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Falta de assunto? É certo que a "parte realmente prioritária" para os senhores patrocinadores, com foco obsessivo em um determinado partido político, pode haver chegado ao ápice, mas há a real possibilidade de outras vertentes se abrirem, envolvendo pessoas e instituições julgadas, digamos, virtuosas. Veja-se, por exemplo, o contido no post "Os segredos do MyWebDay da Odebrecht" - AQUI -, reproduzido ontem, 12, por este blog, sobre o qual dissemos:
"Espera-se, claro, que os doutos procuradores cuidem no sentido de que as reproduções dos dados recuperados sejam completas e fidedignas. Por oportuno, cumpre dizer, ainda: Eis uma boa dica para certas revistas semanais que tanto se esmeram na arte de esmiuçar escândalos: levem ao público os dados completos disponibilizados pela Suíça, contemplando "as ordens de pagamentos não somente a políticos, como também integrantes do Judiciário, diplomacia e tribunais de contas... podendo as planilhas e documentos indicar nomes de beneficiários de recursos ilícitos que ainda não foram investigados".
Dica de leitura: "Defesa de Lula quer saber o que o MP esconde sobre as propinas da Odebrecht" - AQUI.
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