segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O MAIOR ESCÂNDALO DA TERRA


"Um curioso do jornalismo que transmite comentários em tom de deboche a partir da Europa; o tom é  de escárnio pelo fato de se dirigir a ignorantes, logo ele, um gênio de única grandeza, afirma de modo peremptório como é de seu estilo - ele nunca teve ou tem dúvidas sobre o que afirma -: "O petrolão é o maior caso de corrupção da história da humanidade". Infelizmente a história o desmente.
A corrupção do petrolão, depois de uma centena de prisões e delações, de chutes e contas mal alinhavadas, chega, segundo os cálculos de hoje, a R$ 2,6 bilhões, tudo somado e multiplicado, sem fazer as devidas depurações, já que há evidentes duplas contagens: o que um operador arrecada é em boa parte repassado a outros e então soma-se duas vezes a mesma corrupção. Há, todavia, casos maiores pelo mundo.
1.Na ocupação americana do Iraque, que durou dez anos, o rol de corrupção chega às estrelas. O Ministro da Defesa do Iraque,  Ali A. Allawi,  um intelectual de boa reputação, em suas memórias “THE OCCUPATION OF IRAQ" , editado pela respeitável Yale University Press, relata com minúcias um caso de roubo no Ministério da Defesa do Iraque logo após a ocupação, quando sumiram, em seis meses, US$8 bilhões, sacados do Raffidain Bank, o banco oficial do Pais, diretamente para contas de pessoas físicas em bancos da Jordânia e de Beirute,  supostamente para comprar armamentos,  especialmente na Europa do Leste. Uma compra que ele descreve em detalhe é de 36 helicópteros russos de mais de 30 anos, comprados de uma trading polonesa por 200 milhões de dólares à vista. Nenhum helicóptero conseguiu levantar do chão, era tudo sucata, como eram tanques, fuzis, morteiros, carros armados, etc.
Allawi descreve também a corrupção no Ministério do Petróleo,  de onde uma receita de US$ 60 bilhões por anos viu desaparecer por operações de prestação de serviço e vendas de petróleo por preço muito abaixo do mercado, cerca de dez bilhões de dólares por ano sob os olhos dos americanos.  A corrupção do mundo árabe é inata à própria economia da região, considerada natural; existiu sob os ditadores e continua a existir sob governos teoricamente eleitos.
2.O Emir de Qatar atual, Sheikh Hamad bin Khalifa al Thani, chegou ao poder depondo o pai e este por sua vez chegou ao poder depondo o primo. Os depostos levaram consigo parte do Tesouro do país, coisas de 8 a 10 bilhões de dólares cada um. Os sucessores tentaram resgatar o dinheiro transferido para o exterior e, no fim dos dois casos, foram celebrados acordos, os dois lados representados por diferentes escritórios de advogados americanos. Como nos demais reinos e emirados árabes, o dinheiro que devia ser público vira privado, tudo isso é visto como natural pelas potências protetoras, que não incluem nenhum caso de apropriação da receita do petróleo por monarquias em casos de corrupção e tampouco entram essas situações em  "rankings" de corrupção ou listas de transparência.
Tudo é considerado em ordem porque essas monarquias são Estados-clientes do sistema anglo-americano, suas jazidas são operadas por contratos de serviço com petroleiras americanas e seu dinheiro fica bem aplicado em New York e Londres. As contas de suas companhias nacionais de petróleo são devidamente auditadas por auditorias anglo-americanas e não há qualquer processo no Departamento de Justiça contra esses reis do petróleo, que dispõem do tesouro público como se fosse deles.
3.Os bolibilionários da Venezuela, que se apropriaram de boa parte da receita de US$ 1,6 trilhão de dólares obtidas desde 1998 até agora, são tantos e tão ricos que constituíram em Madrid um "high society" venezuelano na Espanha (ver matéria da revista de sociedade espanhola VANITATIS).
Um dos líderes desse jet set é Victor Vargas Irausquin, conhecido como o "banquero de Chavez"; tem oito residências pelo mundo, tem dois Boeings adaptados para transportar os cavalos de sua equipe de polo Lechuza Caracas, e os campeonatos que monta em Sotogrande, onde tem magníficos campos de polo próprios, são referência hoje na Europa.
A filha de Vargas é casada com o bisneto do ditador Francisco Franco, Luis Alfonso de Bourbon, Duque d’Anjou. E o banqueiro casou com a secretária, que é mais nova que sua filha, dando à moça de presente uma mansão em Palm Beach, na Flórida, comprada por 70 milhões de dólares à vista. Se clicar o nome dele no Google verá a foto da mansão e matérias sobre sua incalculável riqueza,  construída durante o chavismo.
Há muitos outros bolibilionários, como Wilhelm Rupert, ex-prático de navio que hoje tem a frota que transporta o petróleo da Venezuela. Os bolibilionários, evidentemente, não moram na Venezuela há muito tempo. Não se conhece nenhum processo do Departamento de Justiça contra qualquer um deles; ao contrário, Victor Vargas tem bancos nos EUA e casa em Nova York, seus dois netos gêmeos nasceram em Nova York e têm cidadania americana. A PDVSA teve um processinho na SEC pelos mesmos problemas da Petrobras, encerrado sem maiores problemas e sem multa.
4. Há imensos casos de corrupção na China. O mais famoso e que teve um valor de US$ 9,5 bilhões, foi o esquema de contrabando conhecido como "esquema de Yuanhua", cujo líder era o chefe da Polícia Nacional da China. O Departamento de Justiça dos EUA nem em sonho ousa se meter em casos de corrupção na China, eles não têm esse atrevimento.
5.Angola é um caso especial, um dos países onde a corrupção é total no Governo. A filha do eterno presidente José Eduardo dos Santos, há 34 anos no poder, Isabel dos Santos, está na lista de FORBES como a mulher mais rica da África, obviamente a totalidade de seus US$ 5 bilhões veio do dinheiro do petróleo da SONANGOL, estatal petrolífera de onde, em 2012, sumiram do caixa US$ 32 bilhões, até hoje não encontrados.
Não se conhece qualquer processo contra a SONANGOL no Departamento de Justiça. Por coincidência, os poços de petróleo de Cabinda, de onde saem 1,6 milhão de barris por dia, são operados por petroleiras americanas e todo o petróleo de Angola vai para os EUA. O presidente da SONANGOL e que provavelmente será o futuro presidente de Angola, Manuel Vicente, tem excelentes relações nos EUA. A SONANGOL é representada legalmente em Washington pelo escritório de lobby Patton Boggs, o mais importante dos EUA.
Se for para fazer ranking de corrupção, que tal incluir o desmanche da antiga União Soviética, onde todo o patrimônio estatal virou propriedade particular sem leilão e sem ninguém pagar nada? Quatro trilhões de dólares de ativos; a Rússia é a maior produtora de petróleo, gás e alumínio do planeta, tem imensos recursos minerais, tudo virou privado e os novos donos por coincidência são ex-funcionários do antigo regime comunista. É ou não é corrupção?
Mas segundo o aprendiz de jornalista da Manhattan Connection e outros seguidores no Brasil, inclusive um famoso historiador, a Petrobras é "o maior caso de corrupção da história da humanidade". É muita falta de noção!"



(De André Araújo, post intitulado "'A maior corrupção do planeta', versão Manhattan Connection" - aqui.
Sobre escândalos outros e sobre o próprio Diogo Mainardi, pululam comentários ao texto de André Araújo. Um deles
"Pior do que as "opiniões" políticas de Mainardi (dum primarismo tanto de conteúdo quanto na forma de expressar. Aliás, seria páreo duro um concurso pra saber quem pior se comunica falando em rádio ou tv = Mainardi ou Pondé -rs.) são suas opiniões sobre cultura, área sobre a qual, teoricamente, ele teria que ter algum estofo. Até hoje não m'esqueço dum programa em que ainda participava a Lúcia Guimarães (a única pessoa que punha a mão na massa no programa, fazendo entrevistas e participando no estúdio) dizendo pro Diogo "Você não está entendendo nada" depois de ele falar alguma besteira na área da cultura. Mainardi, quando falando sobre cultura, quase sempre fala  "Não sei, não li... ". Realmente, o pior insulto que Francis recebeu - e muitos deles justos - é de chamarem Mainardi, quando no início de sua carreira, dum novo Paulo Francis. rsss."
....
Mainardi, um novo Paulo Francis? Francamente, por mais 'lacunas' que o velho Paulo Heilborn Francis tivesse, só rindo, mesmo. A propósito, por falar em Francis, nos idos de 1997 - governo FHC - ele denunciou num Manhattan Connection que a Petrobras, então sob a direção de Joel Rennó, estava dominada pela corrupção. Em função disso, foi processado nos EUA, e, uma vez que a Petrobras exigia indenização de cem milhões de dólares, não resistiu à pressão, vindo a falecer. Eis que em 2015, mediante delação premiada, Pedro Barusco, corrupto confesso, declarou haver iniciado suas falcatruas justamente nos anos 90, quando a Petrobras se livrou das amarras da Lei de Licitações, passando ao bem bom do Regulamento Simplificado de Licitações da Petrobras, cujas normas, segundo o jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, 'abriram a porteira da corrupção' na citada empresa.

Nota: Em nosso País, convém registrar, há rombos superiores ao perpetrado contra a Petrobras. A quanto chegou - ou chegaria, caso não tivesse sido vergonhosamente abortado - o caso Banestado? 
Ademais, sonegação fiscal é corrupção, sim. Quantos bilhões de Reais foram sonegados no escândalo Carf/Zelotes, cuja apuração anda devagar, quase parando? Até meses atrás, monumentais R$ 20 bilhões!).

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