domingo, 9 de dezembro de 2012

A QUEDA DOS GANHOS DOS BANCOS


Lucro dos bancos caiu 31% no terceiro trimestre

Do Estadão

O lucro dos bancos brasileiros caiu 31% no terceiro trimestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com informações entregues pelas instituições financeiras ao Banco Central. O lucro total dos quase 100 bancos com carteira comercial passou de R$ 17,512 bilhões entre julho e setembro de 2011 para R$ 12,063 bilhões no trimestre passado.

A queda dos juros impactou grande parte das receitas. O ganho com operações de crédito e arrendamento mercantil caiu 6%, de R$ 96,1 bilhões para R$ 90,7 bilhões na mesma comparação. A receita em operações com títulos e valores mobiliários recuou 27%, de R$ 50,5 bilhões para R$ 36,7 bilhões. Parte dessas perdas foi compensada pelo aumento na receita com prestação de serviços, que avançou 6%, para R$ 14,5 bilhões. A renda com tarifas bancárias cresceu 12%, para R$ 6,9 bilhões. (...).

................
Se os bancos estivessem ganhando a montanha de dinheiro de sempre, tudo o mais seria irrelevante, e a situação estaria azul no melhor dos mundos. Desde o estouro da crise financeira mundial, em 2008, o Brasil vinha sendo uma ilha de prosperidade para os bancos, muitos dos quais, em especial os privados, se acostumaram aos chamados ganhos de tesouraria, receitas auferidas com base no financiamento da dívida pública. Quero dizer, os bancos se comportavam como simples rentistas, além, claro, de faturarem com crédito rápido (cdc, giro, 'operações de terminais') e prestação de serviços (tarifas a granel). Tudo, digamos, na base da moleza.

Caindo a Selic, e havendo o governo pressionado pela redução das taxas de juros (via bancos oficiais), adeus comodidade: a solução seria partir para a expansão das operações, aquelas mais desafiadoras: de custeio e investimento. Pra isso, tem de ter disposição, pessoal preparado, estrutura adequada e peito pra assumir riscos. Aí, a porca torce o rabo: assumir risco? Gastar com estrutura? Nem pensar! Preferível dispensar mão de obra - e conspirar pra ter o bem bom de volta. Nessa hora, é de extrema utilidade uma ajudazinha como a que a The Economist acaba de oferecer...

Nenhum comentário: