sábado, 2 de julho de 2011

PROPAGANDA PEDÓFILA?


Propaganda brasileira é acusada de promover pedofilia

Dois anúncios da representante brasileira da fabricante de carros sul-coreana Kia geraram controvérsia após conquistarem o Leão de Prata no festival internacional de Cannes, voltado ao mercado publicitário. Tudo porque o conteúdo das propagandas foi considerado pedófilo por alguns profissionais do ramo e veículos de comunicação estrangeiros.

Produzido pela agência brasileira Moma, os anúncios trazem histórias em quadrinhos criadas para apresentar um novo dispositivo. "O conceito da campanha é o de enfatizar o principal atributo do ar condicionado Dual Zone, que oferece temperaturas diferentes dentro do mesmo veículo", conforme explicou a Moma ao Opera Mundi.

Em uma das peças, há um diálogo entre um professor e uma aluna, aparentemente cursando o ensino fundamental. "Professor, obrigada por ficar até mais tarde comigo hoje", diz a garota. Já no lado esquerdo do anúncio impresso, a menina dá lugar a uma garota mais velha e atraente e o professor, folgando a gravata, responde: "Que isso...é um prazer". Após a garotinha oferecer uma maçã, o professor, no lado direito da página, morde a fruta exclamando "hmmm...que delícia...como é suculenta". A propaganda termina com o professor, do lado esquerdo, sugerindo que comecem a lição, enquanto do lado direito a mulher diz "que tal...anatomia?".

Na outra peça, o diálogo acontece no universo do célebre conto de fadas "Bela Adormecida". (...)

O blog especializado em propaganda Copyranter classificou a propaganda da Kia Motors do Brasil de "suja" e lamentou que os publicitários tenham recorrido a este tipo de conteúdo para anunciar o produto. "O que você espera quando virtualmente 100% do júri é formado por homens", comentou o autor do site em referência ao Leão de Prata conquistado. Já o site norte-americano The Huffington Post criou uma enquete para que os leitores opinem se a propaganda da Kia tem conteúdo pedófilo ou não. Até o momento, mais de 67% dos votantes a consideram "nojenta".

O site Automotive News trouxe declarações da KMA (Kia Motors America), que condenou o anúncio: "Estamos fazendo o possível para informar o consumidor e a mídia que não foi a Kia Motors America que aprovou o anúncio e que, da mesma forma que os consumidores americanos, consideramos as peças totalmente ofensivas e inapropriadas", afirmou Michael Sprague, vice-presidente de Marketing e Comunicação da KMA.

A mensagem da propaganda, de acordo com a Moma, "foi dramatizada em cartoon, para a mídia impressa, mostrando justamente estes opostos, de quente e frio. São duas histórias independentes, diferentes, sobre situações parecidas". De acordo com a agência de publicidade, sediada em São Paulo, "a independência das histórias é reforçada pelo recorte do anúncio e os traços dos cartoons, visivelmente distintos."

A Moma lamentou a polêmica levantada em torno das peças – avaliadas por 32 pessoas de diversas nacionalidades em Cannes e que "não levantaram qualquer polêmica” no momento da avaliação. “Jamais houve a intenção de gerar questionamentos envolvendo um assunto tão importante e sério como este. A Moma também lamenta por ter colocado seu cliente Kia no centro desta discussão e assume total responsabilidade pela campanha." (Fonte: Opera Mundi).

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