terça-feira, 14 de março de 2023

ACOPLADAS

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Bento Albuquerque Depõe À PF Nesta Terça No Caso Das Joias Milionárias 

Ex-ministro de Bolsonaro, Bento Albuquerque declarou no aeroporto, no momento da apreensão das joias, que eram um presente para Michelle


O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque depõe nesta terça-feira (14) na Polícia Federal sobre as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões recebidas na Arábia Saudita, durante viagem oficial.
 

Albuquerque terá que explicar se conhecia o conteúdo do presente dentro do pacote, o porquê de não ter declarado as joias e se o presente era, de fato, endereçado à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. As joias são avaliadas em R$ 16,5 milhões e podem ter sido ofertadas pela monarquia saudita a título de propina.

“Isso tudo vai entrar lá para a primeira-dama”, disse ex-ministro aos auditores da Receita Federal no momento da apreensão das joias no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Albuquerque também terá de depor no Tribunal de Contas da União (TCU), em data a ser marcada.

Outro pacote, com um relógio e uma caneta, entrou ilegalmente no país dentro da mala de Marcos Soeiro, integrante da comitiva de Bento, que também deve ser ouvido pela delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal de São Paulo. (Nota deste Blog: "...dentro da mala de Marcos Soeiro"?!)

Depois da apreensão das joias destinadas a Michelle, Jair Bolsonaro fez oito tentativas infrutíferas de retirá-las da Receita Federal em São Paulo. - (Aqui).    
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Para acentuar as 'singularidades' que marcam o caso, o jornalista Alex Solnik divulgou em 12.03 o seguinte texto:

A Mala Do Almirante

Em entrevista ao “Estadão”, o chefe da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, Mario de Marco, declarou que o sistema de inteligência detecta passageiros cujas malas devem ser revistadas.

Ele estava trabalhando na hora em que a comitiva chefiada pelo Ministro das Minas e Energia do governo Bolsonaro, almirante Bento Albuquerque, desembarcou, dia 26 de outubro de 2021, do voo 773, procedente de Riad, com dois acompanhantes.

Segundo ele, quando os passageiros chegam, os agentes da Receita Federal, informados pelos dados do sistema de inteligência, já sabem quem entra com mais bagagem do que quando viajou ao exterior, um indicador de que deve ser fiscalizado.

Ele também afirmou que a Receita sabia que a comitiva do almirante estava entrando com mais bagagem do que saiu.

No entanto, somente um dos membros da comitiva, Marcos Soeiro, ajudante de ordens do almirante, teve de abrir sua mala, na qual estavam as joias de mais de R$16 milhões.

Os agentes da Receita tiveram duas oportunidades de fiscalizar a bagagem do almirante. Quando ele passou pela alfândega, incólume, apesar da informação de que a comitiva, a qual chefiava, trazia mais bagagem do que levou, e quando foi chamado de volta, por seu ajudante de ordens, que havia sido barrado, como está registrado no vídeo gravado pelas câmeras de segurança.

O mais estranho foi os agentes não terem aberto sua mala nessa ocasião, pois já sabiam, a essa altura, que seu ajudante de ordens trouxe valores apesar de ter entrado na fila dos passageiros que dizem não ter nada a declarar.

Se o ajudante de ordens tentou enganar a Receita, seria óbvio desconfiar de toda a comitiva, composta por três pessoas, e especialmente do chefe, o almirante, que também estava na fila dos que não têm valores na bagagem.

Nem ele, nem o outro membro da comitiva, o diplomata Christian Vargas, foram instados a mostrar a bagagem. Como ficamos sabendo, numa dessas malas entrou no país o outro “presente” do governo da Arábia Saudita, outro conjunto de joias, que está com Bolsonaro até hoje.

Christian Vargas já declarou não ter transportado valores em sua bagagem e que jamais aceitaria tal missão.

Por que a mala do almirante não foi aberta? - (Site Brasil 247 - Aqui). 

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Diante desses fios soltos, parece correto indagar: Não seria o caso de, antes de ouvir o ex-ministro Bento Albuquerque, a Polícia Federal ter ouvido o chefe da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, Mario de Marco, se é que ainda não o fez?

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