segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A ENTREVISTA DE TONY TORNADO À GLOBO NA VÉSPERA DO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

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Tivemos a oportunidade de ver, no 'É de Casa', Globo, na manhã de sábado 19, excelente entrevista com Tony Tornado. Na mesma data, reproduzimos dita entrevista neste Blog (acompanhada de performances relativas à consagrada 'BR-3'):

.Tony Tornado relembra começo da 
carreira e a luta para conquistar
seu espaço .......................................... Aqui.
-"BR-3" - (Com o Trio Ternura -
V FIC 1970) ........................................ Aqui.
-"BR-3" (Com o Trio Ternura, na  
TV Tupi - 1976) .................................. Aqui.

.Compartilhamos abaixo matéria produzida pela Revista Fórum, pautada na referida entrevista, como forma de marcar o Dia da Consciência Negra:

Tony Tornado Dá Entrevista Na Véspera do Dia da Consciência Negra e Relembra Prisão em 1971 Por Alusão a Panteras Negras


Revista
Fórum:
Aos 92 anos e esbanjando saúde e força, o cantor Tony Tornado deu uma entrevista à TV Globo, exibida neste sábado (19), véspera do Dia da Consciência Negra, em que relembrou episódios da sua carreira. Um dos momentos mais marcantes narrados pelo artista foi sua prisão em show da falecida cantora Elis Regina, no Festival Internacional da Canção, em 1971, que, de certa maneira, o tornou conhecido.

Naquele ano, Elis era presidente do juri do Festival Internacional da Canção. Tornado explica que enquanto os votos eram contados, Elis se apresentou ao público. “Ela cantou, cantou, cantou e, de repente, começou a cantar Black is Beautiful. Pra mim foi o máximo, era a minha entrada, não tinha intenção de ficar famoso, agi com o coração,” contou.

Na hora que ela cantou o verso ‘eu quero um homem de cor’, eu subi e fiz o ‘Black Panther’”, diz o artista que, nas imagens da televisão levantou o braço esquerdo com o punho cerrado para ilustrar o gesto internacionalizado pelo Partido dos Panteras Negras, dos Estados Unidos. “Já desci do palco algemado, mas apesar da truculência, eu tinha conseguido o meu intento que era o esclarecimento geral que o negro é lindo, puxa vida, que orgulho que eu tenho de ser negro. Fui preso com muito prazer, muita satisfação”, concluiu.

O episódio serviu como uma espécie de pontapé inicial para a sua carreira. No mesmo ano ele lançaria o seu primeiro disco e, em 1972, o segundo. Antes disso ele fazia parte do Conjunto de Ed Lincoln, que havia lançados discos em 1968 (Ed Lincoln) e 1969 (De Savoya Combo). Se sequência, Tornado trabalhou na televisão e no cinema como ator, tendo participado de mais de 30 filmes e 40 programas televisivos.

Tony Tornado, um dos cabeças do Movimento Black Rio e considerado o criador dos famosos Bailes Black que tomaram as periferias das grandes cidades brasileiras nos anos 70 e 80 diz que não inventou nada, mas “abrasileirou” o movimento, que já vinha dos EUA. “Tínhamos os bailes, fiz parte desse movimento chamado Black Rio, que me trouxe problemas posteriores, mas valeu a pena. Nossos bailes não tinham nenhuma conotação racista, era de aceitação de raça. E quando parava a música, eu dava a palavra para eles do que eu tinha conhecimento: que aquele cabelo não era moda, era uma identificação negra, que naquele cabelo era onde estava a força, que o cabelo era bom e que, por isso, ele enrolava, coisas assim”, declarou ao programa.

Nascido em 1930 Paranapanema, em São Paulo, filho de pai guianense e mãe brasileira, seu nome de batismo é Antônio Viana Gomes. Aos 12 anos fugiu de casa e foi para o Rio de Janeiro, capital do brasil à época, onde viveu na rua e ganhava a vida como engraxate e vendedor ambulante. Aos 18 anos entrou para a Escola de Paraquedismo de Deodoro, na zona oeste do Rio, onde serviu ao lado de Silvio Santos por quase 10 anos, e lutou no Canal de Suez em 1957. Depois disso abandonou as armas e seguiu carreira artística. Durante os anos 60, usou o nome artístico Tony Checker.  -  (Aqui).

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