"A mais inesperada revelação do Datafolha de hoje é que as intenções de voto no deputado André Janones, que desistiu em favor de Lula, e era tido como grande trunfo para sua vitória em primeiro turno, foram para Bolsonaro.
Na pesquisa de 28 de julho, Lula marcou os mesmos 47% da de hoje e Bolsonaro tinha 29%, três pontos percentuais a menos. Está com 32%.
Como o resultado de Lula não se alterou, e nulos e em branco são os mesmos, Bolsonaro não tirou votos dele nem dos nulos.
Os três pontos percentuais a mais só podem ter vindo de Janones (1% em julho) e Pablo Marçal (1% em julho),que desistiram e 1% dos indecisos. Simone Tebet tinha 2% em julho e segue com 2%.
O candidato não é dono de seu eleitorado. Não adiantou nada Janones dizer aos seus adeptos para votar em Lula em vez dele. O eleitorado do deputado é conservador, e deslocou-se para o candidato conservador mais bem colocado, que é Bolsonaro.
Com o PROS, que retirou Marçal para apoiar Lula, dá-se o mesmo. O eleitorado do partido tem mais a ver com Bolsonaro que com Lula. É Bolsonaro quem ganha com sua desistência.
Ao desidratar ainda mais, perdendo adeptos ao invés de ganhar, Simone Tebet também engrossa as urnas de Bolsonaro e não de Lula.
Lula só vai superar seu teto de 47% e assim assegurar eleição 2 de outubro com mais folga (pelo Datafolha de hoje tem 51% dos votos válidos) se tirar votos de Ciro, o único cujo eleitorado é compatível com o do ex-presidente, mas parece ser tão resiliente quanto ele.
Os eleitores de direita já estão adotando o voto útil. Os de esquerda, ainda não."
(De Alex Solnik, post intitulado "Eleitores de Janones Migraram Para Bolsonaro", publicado no Brasil 247.
[Enquanto isso, "Janones comenta vitória de Lula no 1º turno: 'se tem Datafolha, tem alegria e sorriso no rosto de quem tá do lado certo'", igualmente publicado no citado site - Aqui].
E se parcela ponderável dos seguidores de Janones efetivamente migrou para o ex-presidente, 'compensando' parcela de eleitores de Bolsonaro que migrara para Lula e agora retorna a ele?
Como diria o velho Millôr, livre pensar é só pensar).
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