segunda-feira, 22 de novembro de 2021

ZÉ RAMALHO FALA SOBRE INSERÇÃO DE SUA CANÇÃO NA PROVA DO ENEM

                  (Zé Ramalho no Teatro Pedra do Reino, João Pessoa)

O primeiro dia de provas do Enem 2021, realizado nesse domingo (21), trouxe trecho da música “
Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho. O cantor afirmou ter se sentido “recompensado” ao saber da presença da canção no exame.

“É uma prova de que essa letra contém situações sociais e políticas atualizadas, acho que para sempre. Desde que o conceito de ‘atualizada’ refere-se à situação também ‘para sempre’ do povo brasileiro”, refletiu. 

Segundo Gabryel Real, gerente de Processos Avaliativos do SAS Plataforma de Educaçãoa questão que mencionava a música, presente na prova de ciências humanas, pedia que o aluno relacionasse um trecho de “Admirável Gado Novo” com o contexto em que a canção foi lançada, em 1979. Os versos falam sobre “massa” e “vida de gado”.

A Resposta à Questão da Música de Zé Ramalho 

De acordo com Renato Pellizzari, professor de História do Descomplica, a resposta correta à pergunta citava uma postura de passividade na sociedade brasileira.

Naquele ano, o Brasil vivia sob ditadura militar, mas o tema do regime militar, especificamente, não apareceu na prova de forma mais direta, segundo quatro professores. 

“Sinto-me recompensado por essa letra, que já tem quase 50 anos, estar se destacando nessas avaliações oficiais do conhecimento atual dos alunos, que estão sendo testados”, completou Ramalho.  -  (DCM - Aqui).

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“É uma prova de que essa letra contém situações sociais e políticas atualizadas, acho que para sempre. Desde que o conceito de ‘atualizada’ refere-se à situação também ‘para sempre’ do povo brasileiro”.

Diante das palavras de Zé Ramalho, há quem conclua que o povo brasileiro será passivo para sempre. Ledo engano: é da essência da pessoa humana ser dona do seu destino - e é assim que também pensa o Ramalho. Não obstante a opressão, o espectro da ditadura, as ameaças que permanentemente estão a pairar sobre a democracia, o futuro vai ser, sim, acolhedor da vontade democrática do povo. Daí a paranoia dos poderosos - e a barbárie reinante. 
(Opa, hoje ultrapassei minha cota de indignação esperançosa!).

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