quarta-feira, 9 de junho de 2021

TCU VAI INVESTIGAR SERVIDOR QUE ESCREVEU ESTUDO PARALELO SOBRE MORTES POR COVID -19

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Tribunal diz que relatório sobre suposta 'supernotificação' de mortes na pandemia é análise pessoal de servidor, e não um documento oficial. Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques deve ser convocado à CPI da Covid e pode ter sigilo quebrado


No 247:
O Tribunal de Contas da União (TCU) informou nesta terça-feira (8) que vai apurar a conduta do servidor que escreveu uma espécie de “estudo paralelo” apontando suposta ‘supernotificação’ no número de mortes por Covid-19 em 2020. De acordo com o relatório, 50% dos óbitos tiveram outra causa que não a doença causada pelo coronavírus. Ele também deve ser afastado.   

Os números foram usados por Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (7) e faziam referência a um documento que foi inserido no sistema do Tribunal de Contas da União (TCU) na véspera, domingo (6). O TCU desmentiu Bolsonaro no mesmo dia e afirmou não ter provas de fraude no número de óbitos em decorrência da pandemia.

Nesta terça, o tribunal acrescentou que o documento citado por Bolsonaro é uma análise pessoal feita por um servidor, segundo reportagem do G1. “O documento refere-se a uma análise pessoal de um servidor do Tribunal compartilhada para discussão e não consta de quaisquer processos oficiais desta Casa, seja como informações de suporte, relatório de auditoria ou manifestação do Tribunal”, diz a Corte na nota mais recente.   

Na sessão da CPI da Covid desta terça, o senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou que pretende apresentar requerimento de convocação do auditor, cuja identidade foi revelada pela imprensa. Vice-presidente da Comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu que ele tenha o sigilo quebrado.  -  (Aqui).

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Como diria o outro, levando a história acima para o Teatro do Absurdo, teríamos o seguinte:
O Caso da Fake News Preventiva:
Vêm sendo comuns, em alguns países afetados pela pandemia de covid-19, retificações sobre a quantidade de óbitos observados. São as chamadas subnotificações. Passado o drama, pesquisadores detectam as manobras e as denunciam, obrigando as autoridades a promoverem os acertos necessários, escancarando os números reais da tragédia. 
Por isso - entre outras razões que o TCU deverá apontar - é que o servidor espertalhão poderia ter lançado a fake news preventiva: no futuro, eventuais denúncias de subnotificações de mortes por covid-19 no Brasil poderão ser 'razoavelmente' confrontadas: "Ora, se o que tivemos no passado foram suspeitas (a fake news de agora será promovida!) de supernotificações, como levar em consideração essas denúncias de agora?!" 
Mas, nada vai colar: a irresponsabilidade jamais poderá ser escamoteada. O desleixo e o desdém são indeléveis.

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