sexta-feira, 18 de junho de 2021

NO PERU, PROFESSOR CASTILLO, ALUNOS E POVO COMEMORAM VITÓRIA. FUJIMORI E VARGAS LLHOSA CHORAM

.
O Blog do Mello desta data trouxe interessante matéria sobre a situação política reinante no Peru, destacando uma figura literária de talento chamada Mario Vargas Llosa, o laureado autor de 'Conversa na Catedral', que tive a satisfação de ler décadas atrás, obra que ressaltava a perplexidade do ser humano neste mundo confuso, vivenciada por um personagem chamado Santiago, se não me trai a memória. Um emaranhado de personagens e situações diversificadas que põe às claras o enorme talento do mestre da escrita. Pois eis que de uns bons anos para cá o consagrado escritor pendeu para a direita, e agora se revela um desolado simpatizante da extrema-direita. Para se ter uma ideia do quão fascinante é a democracia. À matéria.


Computadas 100% das urnas, está confirmada a vitória do professor Castillo sobre a filha do ditador Fujimori, Kenko, mesmo apoiada pelo antigo arquirrival de seu pai e Prêmio Nobel de Literatura, o peruano Mario Vargas Llosa. Uma vitória apertada, por isso ainda mais comemorada: a diferença ficou em torno de 40 mil votos em favor de Castillo.
 
Como sempre acontece, quando perde a direita apela e tenta melar as eleições. Dessa vez não está sendo diferente. Fujimori quer a anulação de ao menos 200 mil votos, mesmo que todos os organismos internacionais presentes confirmem a lisura das eleições.
 
Vargas Llosa também não aceita a derrota, endossa as críticas de Fujimori, embora seja mais cauteloso que a filha do ditador.
O escritor reiterou que o JNE [o TSE peruano] “é a instituição na qual os peruanos devem confiar, porque é a instituição que tem o poder de decidir a esse respeito”.
“Creio que o JNE está em condições de se pronunciar sobre o assunto de forma persuasiva e clara”, insistiu.
Acrescentou que o órgão eleitoral "deve ou não justificar a palavra fraude" alegada por Fujimori e seus seguidores, embora considere que se trata de "uma palavra muito perigosa".
“Talvez seja prudente, enquanto o júri não decidir sobre o assunto, não levantar a palavra fraude”, disse ele.
Apesar de a campanha já ter terminado, Vargas Llosa manteve um tom proselitista e destacou que em seu país "muitas pessoas" que são "sempre" Fujimori e até anti-Fujimoristas, como no caso dele, apoiam Fujimori porque não querem “a catástrofe que seria um governo do senhor Castillo”.
“Se este candidato chegar à presidência, a catástrofe que todos os peruanos enfrentarão será incomensurável e terá muito a ver com o que vive a Venezuela”, enfatizou. [Fonte]
Assim como aconteceu com o metalúrgico Lula no Brasil e o índio Evo Morales na Bolívia, a elite reage contra a eleição de um professor de ensino fundamental, que teve como símbolo de campanha um lápis.
 
Torcem para que Castillo fracasse para que possam manter a máxima de que só as elites podem e sabem decidir o que é melhor para um país e que caberia ao povo apenas tocar a vida esperando a morte chegar.  -  (Blog do Mello - Aqui).

Nenhum comentário: