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PESQUISA DA USP MOSTRA RACISMO ESTRUTURAL NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
"...esse problema é tão 'comum' a ponto de poucas pessoas identificarem que sofreram discriminação racial."
O racismo está bastante enraizado na cultura brasileira, tanto que as medidas para combater a discriminação racial, adotadas pelo governo federal, utilizaram pela primeira vez, em 2005, a expressão “racismo institucional” para explicar que ele se manifesta nas estruturas de organização da sociedade e nas instituições, o que inclui o Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em 2015, 23,3% das pessoas negras e pardas já se sentiram discriminadas em serviços de saúde.
A pesquisa de mestrado Análise do racismo institucional na assistência em saúde sexual e reprodutiva no município de Ribeirão Preto-SP, do enfermeiro Marcelo Vinicius Domingos Rodrigues dos Santos, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, revela que esse problema é tão “comum” a ponto de poucas pessoas identificarem que sofreram discriminação racial.
O intuito do estudo era identificar com que frequência pacientes negros e pardos sofriam discriminação e violência racial em instituições de saúde na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e quais tipos de violência os entrevistados identificaram. “Uma das entrevistadas descreveu uma situação que presenciou: no relato, a pessoa diz ter visto uma gestante negra ser ignorada por uma funcionária por algumas horas na sala de espera e, quando a gestante foi atendida, foi tratada como uma paciente comum”, comenta o pesquisador.
Santos também conta que, além da cor de pele, instituições de saúde levam em consideração a classe socioeconômica do indivíduo para definir, por exemplo, a ordem de atendimento dos pacientes. “Os entrevistados relataram comportamentos discriminatórios, por parte dos funcionários de saúde, em decorrência do status social e da cor de pele, algo totalmente contrário ao que está determinado na Política Nacional de Humanização do SUS”, diz.
Entretanto, segundo a pesquisa, poucas pessoas percebem quando sofrem discriminação durante o atendimento. Usando o questionário Escalas de Percepção de Discriminação Racial em Saúde, Santos identificou que, das 182 pessoas entrevistadas, 71,54% delas perceberam, em algumas situações, terem sofrido discriminação racial em serviços de saúde. Já dentre os outros, cerca de 28% dos entrevistados, 81,82% constataram ter visto ou sofrido discriminação racial por parte de médicos e enfermeiros.
Combater o racismo
“Sendo a discriminação racial um problema cultural tão antigo, é difícil combatê-lo”, afirma Santos. “Mas isso não significa que não devamos tentar mudar o cenário atual”, diz. O pesquisador afirma ser necessário conscientizar as pessoas para que não tenham medo de acessar canais de denúncia do SUS quando presenciarem atos discriminatórios por parte dos funcionários.
“Também devemos lutar por um sistema de saúde igualitário, promovendo a reeducação de profissionais da saúde quanto ao atendimento ao paciente e educar melhor os futuros profissionais enquanto ainda estão na faculdade”, afirma o pesquisador. “Além disso, mesmo que tenhamos um longo trabalho pela frente, é necessário educar a sociedade com o intuito de reduzir ações discriminatórias vistas diariamente.” - (DCM - Aqui).
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(O mestrado Análise do racismo institucional na assistência em saúde sexual e reprodutiva no município de Ribeirão Preto-SP foi apresentado no final de 2020).
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Enquanto isso...
Funcionária de padaria tem braço quebrado e passa por cirurgia após pedir para homem usar máscara contra a Covid
Uma funcionária de uma padaria de Palmares Paulista (SP) teve o braço quebrado por um cliente após pedir para ele usar a máscara de proteção contra a Covid-19 no estabelecimento. A reportagem é do portal G1.
De acordo com o relato da vítima Adriana Araújo da Silva, o cliente, de 45 anos, chegou à padaria na última sexta-feira (11) com a máscara na altura do queixo e ficou nervoso depois de ser advertido para usar o equipamento de forma correta.
Em seguida, ele invadiu a área onde ficam os funcionários. Adriana, então, saiu correndo, mas foi seguida e agredida com uma rasteira e um chute em um dos braços. A vítima foi socorrida e encaminhada para um hospital de Catanduva, onde precisou ser submetida a uma cirurgia.
Segundo a reportagem, o agressor foi levado para o pronto-socorro e, posteriormente, à delegacia. Equipes médicas precisaram usar medicação para acalmá-lo. O homem foi liberado na presença do advogado, mas não prestou depoimento ao delegado de plantão. - (Aqui).
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Tem também um vídeo com uma chamada excelente:
"Quando É Pobre, A Culpa É Do Pobre, Quando É Cocaína No Helicóptero, A Culpa É Do Helicóptero"
.Emicida: "Coisa Mais Vergonhosa
Para Um País É Uma Casa
Ser 'Um Sonho'" ................................ Aqui.
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