"Surreal", "escárnio", "descaso e insanidade", esses foram alguns termos verbalizados por senadores após a decisão do governo federal de receber o torneio da Copa América no Brasil em meio à pandemia da Covid-19.
Após divulgar nesta segunda-feira (31) que o Brasil sediará o campeonato da Copa América, políticos que participam da CPI da Covid teceram diversos comentários condenando a decisão do governo federal de realizar o torneio no auge da pandemia do coronavírus no país.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), criticou fortemente a resolução e chamou o campeonato de "campeonato da morte".
O torneio acontecerá entre os meses de junho e julho, e foi anteriormente negado pela Argentina, que alegou não ser possível o receber pela alta de Covid-19 no país, e pela Colômbia, que justificou sua resposta negativa por conta da crise política instalada desde o começo de abril no país.
O senador Humberto Costa (PT-PE) também desaprovou a decisão do governo federal, afirmando que a escolha foi "uma insanidade" por parte do presidente, Jair Bolsonaro.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) indagou por que o governo demorou tanto a dar uma resposta para compra de vacinas, mas para sediar um evento que colocará a vida de brasileiros em risco o retorno foi tão rápido.
Já o vice-presidente, Hamilton Mourão, após ser indagado por repórteres sobre a decisão, disse que o torneio no Brasil vai expor menos riscos do que se fosse realizado na Argentina.
"Vamos dizer o seguinte, que é menos... Não é que seja mais seguro, é menos risco. Não é mais. É menos. O risco continua", disse Mourão. - (Aqui).
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Depois da péssima repercussão alcançada pela 'novidade', não causará a mínima estranheza o anúncio, ainda hoje, da recusa brasileira ao convite da Conmebol. E mais: acompanhado do veemente registro de que o Brasil jamais acenou com a aceitação, mas tão somente em 'examinar' a oferta.
Esperavam, com a ideia da Copa América no Brasil, tirar o foco da opinião pública da desastrosa política de combate à covid-19, e mais ainda da CPI da Pandemia. Deram com os burros n'água. Felizmente.
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