segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SA(MAR)CO, LAMA E UMA REVOGAÇÃO IRREVOGÁVEL


O Ministério Público Federal manda a Samarco revogar a Lei da Gravidade

Por Rogério Maestri

Depois de poderem tudo em questão de impedir isto ou mandar fazer aquilo, o Ministério Público Federal vai virar motivo de chacota universal: ele mandou que a Samarco impedisse que o material argiloso que chegou à foz do Rio Doce fosse impedido de entrar no mar, e pior, se a Samarco não fizesse isto ganharia uma multa por dia de ação da lei da gravidade.
No lugar de se preocupar com os mortos do acidente, no lugar de tentar apurar as responsabilidades e solicitar produções antecipadas de provas para impedir a manipulação das mesmas, o MP numa prepotência DIVINA impõe a revogação da lei da gravidade.
Quando um rio sofre um derramamento de sedimentos como o ocorrido, estes sedimentos vão se depositando conforme a granulometria do material (dimensões do material em suspensão): primeiro vão depositar os materiais mais grossos (impropriamente chamados de grosseiros por muitos), como materiais com diâmetro de areia; após, os materiais com diâmetro de silte e por fim os materiais argilosos.
Com o tempo este material argiloso se mistura em todo o rio e desde o fundo até a superfície a concentração fica mais ou menos constante, logo não é uma mancha de óleo que se movimenta num rio ou no mar, mas sim uma quantidade de sedimentos que se mistura em toda a água do rio.
Como o rio encontra-se em cheia no momento, a sedimentação das argilas vai ser diminuída, conservando um volume razoável, porém no máximo 5% a 10% do que saiu lá da barragem.
Mas o pior de tudo (é) que teve que haver um juiz estadual no Espírito Santo, o juiz Thiago Albani,  titular da 3ª Vara Civil de Linhares, com o mínimo de senso do ridículo, que depois de ouvir técnicos lavrou uma sentença permitindo que a lama penetrasse no mar; se esse juiz não tivesse agido habilmente, tirando o mico das costas do Ministério Público Federal, seria interessante ver os jovens e valorosos procuradores públicos entregando uma intimação contra Isaac Newton por carta rogatória, pelo (fato de o) mesmo estar com sua lei da gravidade impedindo a execução dos desígnios do poderoso Ministério Público Federal brasileiro.
Quando receberam a intimação do MP, os técnicos da Samarco, que são lentos em fazer manutenções preventivas nas suas barragens e projetarem barragens que não caem, rapidamente começaram a colocar barreiras contra sobrenadantes que não serviriam em nada para conter a lama. Não esqueçam que esta lama vem misturada em toda a altura do rio e tentar bloquear a lama com barreiras para derramamento de petróleo ou outros sobrenadantes é uma verdadeira gozação com o Ministério Público.
Daqui a alguns tempos, se não houver um mecanismo que impeça o MPF fazer ou dizer qualquer coisa, vão começar a surgir ações do tipo: impedir que o Sol emita raios ultravioletas, proibir que a lua provoque marés, ou ainda, mandar o buraco da camada de ozônio diminuir. e tudo isto com multas significativas por dia de não cumprimento da decisão do Ministério Público! (Fonte: aqui).

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Nota: Este blog promoveu pequenas modificações no texto - que não interferiram no sentido dos curiosos relatos.

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