Como uma gravação ajudou os Ministros do STF a não serem acusados na Lava Jato
Por Fernando Brito
Se não houvesse a providencial gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró das conversas do advogado de seu pai com Delcídio Amaral e André Esteves (gravação que, aliás, pode ter sido sugerida pelos que negociaram sua delação premiada) poderíamos estar vivendo uma situação absolutamente esdrúxula.
Afinal, se a delação fosse de tudo o que sabia, Cerveró poderia ter dito que seu advogado ouviu de ambos que os ministros Teori Zavascki e Dias Toffoli já tinham sido “conversados”, que Luiz Fachin seria e o mesmo ocorreria com Gilmar Mendes, por obra de Renan Calheiros e Michel Temer.
No método do “ouvi dizer”, seria o suficiente para a Veja, por exemplo, publicasse uma capa escandalosa, com a foto dos dois ministros, na base do “Eles Sabiam de Tudo”.
A sorte de Suas Excelências é que havia a fita, ela não “vazou” para a imprensa e eles tiveram condições e poder para mandar prender os envolvidos.
Mas se nem eles escapariam da soma de vazamentos seletivos e acusações na base do “fulano falou que”, imagine (a que) os meros mortais estão sujeitos!
Agora, imaginem que isso fosse colocado dentro de um contexto que envolvesse a decisão de Teori Zavascki em “fatiar” a Lava Jato.
“Delator diz que Ministro que fatiou Lava-Jato teria prometido habeas-copus a Cerveró”.
Exemplo prático de como a jurisprudência do “o delator falou” é perigosíssima.
O que vale são as provas, como a gravação. Que ainda carece de informações sobre como e por sugestão de quem foi feita, embora ainda assim siga sendo prova contundente. (Fonte: aqui).
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Sem dúvida, a providencial gravação abortou manchetes perniciosas. Em contrapartida, infelizmente, a prática vem revelando que, ao contrário do consagrado 'de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada', do rol explorável pelos 'espetaculosos' tudo o que se espera é facilmente alcançável: uma possibilidade é inviabilizada, várias outras se apresentam. Aliás, pelo andar da carruagem, o estoque de possibilidades parece inesgotável.
É preciso, não obstante, ter presente a nova realidade imposta pela lei nº 13.188, relativa ao direito de resposta.
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Nota: Eis que hoje, deparamos com o seguinte comentário ao post "Prisão de Delcídio expõe o risco da delação 'genérica' e a eficácia do 'Rhum Creosotado'" - AQUI -:
"Delcídio Amaral nomeado diretor da Petrobras durante o governo FHC teve Cerveró e Paulo Costa como subordinados. O que desejo saber é: Agora a Operação lava jato vai investigar antes de 2003 ou isso continua não vindo ao caso?"
É preciso, não obstante, ter presente a nova realidade imposta pela lei nº 13.188, relativa ao direito de resposta.
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Nota: Eis que hoje, deparamos com o seguinte comentário ao post "Prisão de Delcídio expõe o risco da delação 'genérica' e a eficácia do 'Rhum Creosotado'" - AQUI -:
"Delcídio Amaral nomeado diretor da Petrobras durante o governo FHC teve Cerveró e Paulo Costa como subordinados. O que desejo saber é: Agora a Operação lava jato vai investigar antes de 2003 ou isso continua não vindo ao caso?"
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