quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A PRISÃO DO SENADOR


"O escárnio venceu o cinismo."






(Da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, sobre o comportamento do senador Delcídio Amaral, do PT-MS, cuja prisão preventiva aconteceu nesta data, punição inédita na história da Constituição Federal vigente, em face de sua condição de senador da República. Delcídio, ao tentar safar-se em razão de malfeitorias praticadas no âmbito da Petrobras, teria feito uso de manobras diversas, incluindo insinuações sobre a possibilidade de obter favores de ministros do STF. Com a frase acima, a ministra complementou uma constatação atinente a escândalos anteriores: no passado, 'o cinismo venceu o medo' da punição por corrupção; agora, o cinismo foi vencido pelo escárnio, pela galhofa, pelo descaso, pela indiferença, e crimes foram praticados mesmo no curso da Lava Jato. Os fatos estão abordados no post "'Atrapalhar investigações é crime inafiançável', diz Teori sobre prisão de Delcídio", publicado no Jornal GGN - aqui.

Eis a trajetória de Delcídio Amaral:

"O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na manhã desta quarta-feira 25 pela Polícia Federal, é uma figura política controversa e conhecida por seu bom trânsito em diversos partidos. Exemplo disso é o fato de ser conhecido nos bastidores do Senado, como contou recentemente o jornal O Globo, como "o mais tucano dos petistas".
Engenheiro elétrico, Delcídio tem uma carreira ligada ao setor de energia. Foi engenheiro-chefe da construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará; trabalhou como diretor da Shell na Holanda; e comandou a Eletrosul, braço da Eletrobrás. No governo de Itamar Franco (1992-1994), foi secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, ministro da pasta e presidente do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce. 
Em 1998, Delcídio assinou sua filiação ao PSDB, mas seu ingresso no partido não chegou a ser homologado. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi diretor de Gás e Energia da Petrobras entre 2000 e 2001, quando trabalhou com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos delatores da Operação Lava Jato.
Em 2001, ocorreu a aproximação com o PT. Delcídio foi secretário estadual de Infra-estrutura e Habitação do governo de Zeca do PT no Mato Grosso do Sul e, em 2002, elegeu-se senador, já no Partido dos Trabalhadores. 
Desde então a influência de Delcídio Amaral no partido só cresceu. Em 2005, Delcídio presidiu a CPI dos Correios, responsável pela apuração do "mensalão". Em 2009, o senador teve outra atuação controversa a favor de um líder do PMDB: votou pelo arquivamento das ações contra o ex-presidente do Senado José Sarney, que na época era relacionado a contratos ilegais e à nomeação de pessoas envolvidas em escândalos de corrupção... " - Para continuar, clique AQUI.
Louvável a atitude do STF. A corrupção tem de ser combatida e punida onde quer que aconteça e independentemente de quem nela tenha incorrido).

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