Brasil em boa posição em pesquisa de opinião sobre felicidade no mundo
Por Mark Rice-Oxley (do jornal The Guardian)
Mais de três quartos da população do mundo desenvolvido dizem que são felizes, mas uma clara maioria gostaria que sua vida fosse mais simples, de acordo com um estudo feito entre adultos das 20 maiores potências mundiais.
Desautorizando teorias sobre a crescente onda de depressão e o efeito paralisante da desordem econômica, a sondagem da empresa de pesquisas Ipsos Mori com mais de 16.000 pessoas em torno do mundo constatou que 77% se consideram felizes, uma taxa que sobe para 88% na Suécia, 85% na Austrália e 83% nos Estados Unidos.
Os níveis de felicidade são mais baixos na Europa, com a Espanha apresentando os menores números entre todos os países da amostra.
Pesam sobre os surpreendentes níveis de felicidade autodeclarada a revelação de grande medida de incerteza sobre o futuro, sobre o crescente avanço da globalização e os efeitos da desigualdade. No entanto, quando as pessoas são perguntadas sobre suas vidas pessoais, famílias e suas comunidades locais há uma resposta mais confiante.
“Em contraposição a um pano de fundo pessimista, este relatório mostra a tendência global do público à nostalgia, aliada a um forte entendimento de que as tradições são importantes e a um desejo por um ritmo mais calmo de vida e por simplificação.”
As pessoas questionadas no estudo da empresa de pesquisas ao longo de dez grandes áreas estão buscando posturas quanto à revolução digital, cuidados com a saúde, conflito de gerações e imigração.
Embora 77% tenham dito que o mundo está mudando muito rápido e mais da metade que desejariam diminuir o seu ritmo de vida, uma notória maioria (61%) disse que a tecnologia era parte da solução e não parte do problema. Essa aprovação subiu para 80% na China. A França foi o país mais cético em relação à tecnologia.
Houve um entendimento mais diversificado sobre a globalização, que foi culpabilizada por tudo, desde a destruição de empregos na Europa até o enfraquecimento dos governos nacionais que caem nas mãos das corporações multinacionais amorais.
No sentido oposto, as pessoas de economias emergentes sentem-se sob uma pressão muito grande para ganhar dinheiro e demonstrar o seu sucesso. Quando perguntados se se sentem sob pressão para que sejam bem sucedidas e ganhem dinheiro, 68% dos chineses disseram que sim. Apenas 25% dos italianos responderam o mesmo.
Os entrevistados se queixam a respeito da intensidade das suas vidas digitais e quantidade de tempo diante das telas que despendem diariamente. No total, 78% dos chineses, 71% dos britânicos, 71% dos australianos e 67% dos nascidos nos Estados Unidos concordam com a assertiva “Eu estou constantemente olhando para telas hoje em dia”.
Curiosamente, as pessoas são muito mais otimistas acerca das perspectivas de suas famílias e comunidades locais do que em relação ao mundo. Um total de 59% expressaram uma visão otimista quando perguntados sobre como suas famílias se sairiam no próximo ano. Entretanto, apenas 22% dos entrevistados disseram ser otimistas a respeito das perspectivas do mundo como um todo, uma proporção que caiu para 20% nos Estados Unidos, 15% na Grã-Bretanha e 6% na França.
Os pesquisadores entrevistaram dezesseis mil adultos durante o outono (do hemisfério norte) de 2013: 1.000 na Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Espanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos, além de aproximadamente 500 na Argentina, Bélgica, Polônia, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul, Suécia e Turquia. (Fonte: aqui).
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Diante dos resultados positivos apresentados relativamente ao Brasil, não surpreenderá a manifestação de um indignado profeta do caos: "Foram ouvidos mil brasileiros?! Eu não fui! Meus amigos e conhecidos, também não! Isso tudo não passa de armação! O Brasil é uma... !!".
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