domingo, 2 de setembro de 2012

EUA: O FILME C DE CLINT


A palhaçada de Clint Eastwood

Por Paulo Nogueira

E não se fala de outra coisa nos Estados Unidos: a bizarra conversa entre Clint Eastwood e uma cadeira vazia na convenção republicana que sagrou Mitt Romney como o adversário de Obama em novembro. “Uma das cenas mais estranhas da política americana”, escreveu o Washington Post.

Na cadeira vazia estava, imaginariamente, Obama. Foi o suficiente para que no twitter imediatamente surgisse uma conta chamada “Invisible Obama”, com milhares de seguidores em minutos.

Clint estava dando uma dura em Obama. Ao longo de dez minutos, cobrou a realização das promessas. Disse que quem não entrega tem que ser demitido.

A verdade é que pareceu mais um ato cômico do que político, uma espécie de piada pronta. Poucos parecem acreditar que o monólogo de Clint ajudará Romney. Infelizmente para Clint, seu ato com o Obama Invisível se eternizará, e competirá com momentos extraordinários de sua carreira aos olhos da posteridade.

Não foi a única palhaçada da convenção republicana. O vice de Romney, Paul Ryan, ao criticar Obama, falou no fechamento de uma fábrica da GM. Na verdade, essa fábrica foi fechada na gestão de George W Bush, republicano como Ryan e Romney.

Interpelado por um jornalista da tevê americana sobre o erro, Ryan, ao melhor estilo de Maluf, em nenhum momento respondeu à questão que lhe foi colocada sobre seu erro.

Obama é culpado de muitas coisas. Não mudou na essência os Estados Unidos, e frustrou as esperanças de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

Mas.

Mas não se pode esquecer que ele herdou uma situação horrorosa. Os Estados Unidos sob Bush se transformaram, para usar uma expressão de Ronald Reagan sobre a União Soviética, num Império do Mal em processo de decomposição.

Imagine um médico a quem é dada a incumbência de salvar um paciente terminal. É mais ou menos isso que aconteceu com Obama. (Fonte: aqui).

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De fato, há atenuantes quanto a Obama, entretanto é indiscutível que tem culpa no cartório.
Um observador arguto anotou: "A questão é que Obama compactuou com as políticas da direita. Não fechou Guantánamo, não regulou os bancos e, ainda por cima, nomeou conservadores para lidar com o setor financeiro."  - Ao que outro contrapôs: "Clint pode tudo.", o que mereceu singela observação de um outro: "O comentário anterior me lembrou um episódio com Nilton Santos, a 'Enciclopédia do futebol'. Certa vez, ele fez um comentário que gerou polêmicas. Não me lembro o assunto. Aí, alguém escreveu: 'Ele pode falar o que quiser, simplesmente porque ele é Nilton Santos'. O episódio do Clint foi cômico, mas ele pode."

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