quinta-feira, 1 de março de 2012

DA SÉRIE SAUDOSISTAS INQUIETOS


Militares confrontam Amorim e voltam a criticar Dilma

Durou pouco a retratação dos militares por críticas à presidente Dilma Rousseff. Em nota, 98 militares da reserva reafirmaram recentes ataques feitos por clubes (...) e disseram não reconhecer autoridade no ministro da Defesa, Celso Amorim, para proibi-los de expressar opiniões.
 
A nota, intitulada "Eles que Venham. Por Aqui Não Passarão", também ataca a Comissão da Verdade, que apontará, sem poder de punir, responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos na ditadura.
Aprovada no ano passado, a comissão espera só a indicação dos membros para começar a funcionar.
 
"[A comissão é um] ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo", diz o texto, endossado por, entre outros, 13 generais.
 
Apesar de fora da ativa, todos ainda devem, por lei, seguir a hierarquia das Forças, das quais Dilma e Amorim são os chefes máximos.
 
O novo texto foi divulgado no site "A Verdade Sufocada" (www.averdadesufocada.com), mantido pela mulher de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército e um dos que assinam o documento.
 
Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (aparelho da repressão do Exército) em São Paulo, é acusado de torturar presos políticos na ditadura, motivo pelo qual é processado na Justiça. Ele nega os crimes.
 
A atual nota reafirma o teor de outra, do último dia 16, na qual os clubes Militar, Naval e de Aeronáutica fizeram críticas a Dilma, dizendo que ela se afastava de seu papel de estadista ao não "expressar desacordo" sobre declarações recentes de auxiliares e do PT contra a ditadura.
 
Após mal-estar e intervenção do Planalto, de Amorim e dos comandantes das Forças, os clubes tiveram de retirar o texto da internet.
 
"Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do manifesto do dia 16", afirma a nota de (ante)ontem, que lembra que o texto anterior foi tirado da internet "por ordem do ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo".
 
A primeira das três declarações que geraram a nota foi da ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), para quem a Comissão da Verdade pode levar a punições, apesar da Lei da Anistia.
 
Depois, Eleonora Menicucci (Mulheres) fez em discurso "críticas exacerbadas aos governos militares", segundo o texto. Já o PT, em uma resolução, disse que deveria priorizar o resgate de seu papel para o fim da ditadura. (Fonte: aqui).
 
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Um dos méritos do Estado Democrático de Direito é o consistente em que todos os cidadãos estão subordinados à Constituição Federal. E quem infringe a Carta está sujeito às cominações legais, o que certamente ocorrerá relativamente ao episódio acima. E os saudosistas, furibundíssimos ou não, poderão, claro, continuar abraçados a seu rancor.
 
Charge: Benett.

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