terça-feira, 6 de março de 2012

PIB 2011


Mesmo desacelerando, PIB brasileiro fica acima de países ricos

Mesmo com o resultado fraco da economia brasileira --que viu seu PIB desacelerar para 2,7% em 2011, ante alta de 7,5% em 2010--, o crescimento do país ficou acima de economias ricas, como a dos Estados Unidos, Japão e até da França e do Reino Unido.

No quarto trimestre, foi registrada alta de 0,3%, ante recuo de 0,1%, no terceiro trimestre (dado revisado hoje pelo IBGE)

Os possíveis culpados pelo menor crescimento brasileiro são o agravamento da crise europeia e a demorada recuperação dos EUA, que modificam o cenário econômico internacional e dificultam a retomada global. (...)

No quarto trimestre, algumas economias europeias registraram quedas, levando seis países à recessão técnica (crescimento negativo por dois trimestres consecutivos): Portugal, Grécia, Itália, Holanda, Bélgica e República Tcheca.

As maiores preocupações, no entanto, são os países que capitaneavam os resultados no bloco europeu, mas que passaram a apresentar resultados ruins, como Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Itália.

O PIB da União Europeia se contraiu em 0,3% nos últimos três meses de 2011 (resultado idêntico ao do bloco dos países que usam o euro), mostrando as dificuldades enfrentadas pelos países para conciliar crescimento com os cortes nos gastos públicos. O crescimento de 2011 da zona do euro foi de 1,4%, de acordo com a segunda estimativa da agência de estatísticas Eurostat.

Segundo analistas, o péssimo momento econômico internacional reflete fortemente no Brasil, que passa a apostar na demanda interna e a tentar controlar as intervenções protecionistas, além do despejo de moeda por parte dos países em crise com o intuito de dar liquidez a seus mercados e fazer a economia girar.

O país também enfrenta sérias dificuldades de crescimento, como o chamado "custo Brasil" caracterizado por dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional.

Notícias desagradáveis também chegam da potência chinesa, cujo primeiro-ministro, Wen Jiabao, afirmou ontem que a expectativa do PIB avance 7,5% em 2012, abaixo da meta estipulada para anos anteriores, que era de 8%. Em 2011, a economia chinesa cresceu 9,2%. (Fonte: aqui).

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Comentário de Roberto São Paulo, no Luis Nassif Online:

"Boa parte do aperto monetário e fiscal imposto em 2011 foi baseada nas expectativas de inflação e de crescimento do PIB, do Boletim Focus do final de 2010 e início de 2011.

Creio que o resultado do PIB divulgado pelo IBGE demonstra antes de mais nada que não são nada confiáveis as estimativas de crescimento do PIB divulgadas pelo Boletim Focus, lembrando que a mesma metodologia é utilizada para estimativas de inflação, o que torna urgente a necessidade de mudar a metodologia, tanto da estimativa de crescimento do PIB como da Inflação, ou deixar de utilizar o Boletim Focus como indicativo confiável da expectativa de inflação e de crescimento do PIB.

De qualquer maneira o Brasil apresentou um crescimento significativo considerando o aperto monetário e fiscal imposto para controlar a inflação em 2011; além da elevação dos juros da Selic (e) das medidas macroprudenciais, ocorreram os cortes no orçamento federal.

Agora em 2012 precisamos acelerar os cortes de juros da Selic e (...) aliviar as medidas macroprudenciais para permitir um (maior) crescimento do PIB (...).

A redução dos juros da Selic, iniciada em agosto de 2011, foi demasiadamente lenta para impedir uma queda significativa do ritmo de crescimento do PIB em 2011.

O crescimento do consumo das famílias (e o contrastante decréscimo da produção industrial nacional - observação de Domacedo) demonstra que os importados estão ocupando o espaço da produção (nacional), e diante do extraordinário aumento da liquidez internacional (revela-se) necessário reduzir significativamente os juros da Selic para permitir a correção cambial e o aumento da produção nacional."

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