quarta-feira, 28 de março de 2012
PARTIU O ESCRITOR SEM ESTILO
Morre escritor Millôr Fernandes aos 88 anos
Morreu na noite desta terça-feira (27), aos 88 anos, o escritor Millôr Fernandes. Desenhista, dramaturgo, poeta e jornalista, ele faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro, em decorrência de falência de múltiplos órgãos. O velório será realizado até as 15h desta quinta-feira (29), mas ainda não há detalhes sobre cerimônia de sepultamento ou cremação. As informações são do cemitério Memorial do Carmo.
Nascido no bairro do Méier, no Rio, em 16 de agosto de 1923, Millôr foi registrado oficialmente em 27 de maio de 1924. Com um ano, ficou órfão de pai e, aos 10 anos, de mãe. Ao longo da vida, se firmou como um dos mais importantes e atuantes intelectuais brasileiros. Adaptou e escreveu obras para teatro e para televisão, além de ter imortalizado diversos frases e aforismos.
Em 1943, após ter passado pelo jornal "Diário da Noite" e pela revista "A Cigarra" - onde criou o pseudônimo Vão Gogo, com o qual assinou suas colunas até 1962 -, Millôr retornou à revista "O Cruzeiro", onde criou, ao lado de Péricles, cartunista de "O Amigo da Onça", a seção "O Pif-Paf".
Autodidata, em 1942 realizou a sua primeira tradução - função que anos mais tarde lhe renderia o título de maior tradutor de Shakespeare no Brasil -, "Dragon Seed", romance da americana Pearl S. Buck, com o título "A Estirpe do Dragão".
Já em 1946 fez sua estreia literária com o livro "Eva Sem Costela". Sete anos depois, foi montada sua primeira peça de teatro, "Uma Mulher em Três Atos".
Em 1964, aos 41 anos, editou a revista humorística "O Pif-Paf", considerada uma das pioneiras da imprensa alternativa. Quatro anos depois, participou da fundação do jornal satírico "O Pasquim", uma das vozes mais ativas contra a censura e o governo militar durante a ditadura nos anos 70. A publicação teve colaboração de Ruy Castro, Paulo Francis, Ivan Lessa, dos cartunistas Jaguar e Ziraldo, entre outros nomes importantes do jornalismo brasileiro. (Fonte: UOL).
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Millôr, já consagrado, esteve em nossa Capital por ocasião de um Salão Internacional de Humor do Piauí. Veio na companhia da jornalista Cora Ronai. Batemos um bom papo. Lembro-me de que o Albert, presidente do evento, se desdobrou no sentido de bem receber o Vão Gogo. Pêsames à Cora, ao Ivan Fernandes (o cartunista IF, que há muitos anos deixou de desenhar), filho do Millôr, e ao notável jornalista Hélio Fernandes, irmão de Millôr e editor-diretor do combativo jornal Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro.
("Enfim, um escritor sem estilo" - assim Millôr, que transitava por 'n' searas, se definia).
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